Frente Comum vai marcar um dia de greve para meados de junho - Ana Avoila

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 20 mai (Lusa) - A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública deverá anunciar sábado uma greve para o setor a concretizar em meados de junho, contra as novas medidas de austeridade que vão penalizar os funcionários públicos, disse hoje fonte sindical.

A coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, disse à agência Lusa que os sindicatos que integram esta estrutura sindical, afeta à CGTP, decidiram "dar grande força às lutas já marcadas em vários setores da administração pública", nomeadamente os professores, os trabalhadores não docentes, os guardas prisionais e os trabalhadores dos estabelecimentos fabris das forças armadas.

"Está decidido que vamos ter um dia de luta geral na função pública em junho, uma greve cuja data ainda não está definida, mas que é provável que eu a anuncie na manifestação de sábado, em Belém", disse Ana Avoila.

Segundo a sindicalista estão em discussão três datas possíveis, mas o mais provável é que seja no final da primeira quinzena de junho ou no início da segunda.

"Não vai ser de certeza no dia 17 de junho, esse é o dia de luta dos professores", acrescentou.

O Governo tem terça-feira a segunda reunião negocial com os sindicatos da função pública para discutir as novas regras da mobilidade, uma das medidas da reforma do Estado com as quais o executivo pretende cortar na despesa pública.

Atualmente, os trabalhadores da função pública colocados em mobilidade especial perdem gradualmente remuneração, mas podem permanecer neste regime sem qualquer limite temporal.

As propostas do Governo preveem que os trabalhadores excedentários passem a receber, já este ano, dois terços do salário durante os primeiros seis meses de permanência, metade do salário nos seis meses seguintes e um terço do salário nos últimos seis meses.

Passados estes 18 meses deixam de ter qualquer rendimento.

O aumento do horário de trabalho, a convergência mais rápida entre o sistema de pensões público e privado, rescisões contratuais com 30 mil funcionários, a revisão dos suplementos remuneratórios e o aumento das contribuições para a ADSE são outras das medidas que o Governo quer ver concretizadas.

Será através desta forma, e com a alteração das regras de passagem à reforma no regime geral da Segurança Social, que o Governo espera obter poupanças de 4.788 milhões de euros até 2015. Destes, 1.685 terão origem no redimensionamento da Administração Pública e 1.485 na reforma do sistema de pensões.

RRA // VC

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