Faria de Oliveira diz que não é "presidente da Caixa desde o dia 30 de junho"

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 04 jul (Lusa) -- Fernando Faria de Oliveira disse hoje à Lusa que deixou de ser presidente do Conselho de Administração da CGD no "dia 30 de junho", no momento em que ainda não foi nomeado formalmente o novo 'chairman' do banco público.

"Já não sou presidente da Caixa Geral de Depósitos [CGD]. Há de ser nomeado um novo presidente. Entretanto a CGD tem um conselho de administração renovado", disse à Lusa.

Do ponto de vista formal e legal, "não sou presidente da Caixa desde o dia 30 de junho".

Faria de Oliveira pediu formalmente, no final de maio, para sair do cargo que ocupava como presidente não executivo da CGD e dedicar-se em exclusivo à Associação Portuguesa de Bancos (APB), organização a que preside.

De acordo com o Código das Sociedades Comerciais, a renúncia de um administrador produz efeito no final do mês seguinte àquele em que tiver sido comunicada, salvo se entretanto for designado ou eleito o substituto, pelo que Faria de Oliveira cessou funções no final de junho.

O diretor da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica do Porto e administrador não executivo da CGD, Álvaro Nascimento, será a escolha do Governo para presidente não executivo do banco público, em substituição de Faria de Oliveira. Mas até ao momento a nomeação ainda não foi formalmente feita pelo Ministério das Finanças.

A CGD está atualmente num momento de mudança da sua equipa de gestão, a qual vai gerir o banco público até 2016, num processo que se tem vindo a arrastar desde maio e com vários avanços e recuos. No entanto, até agora, continua o impasse.

Além de Faria de Oliveira, estão ainda de saída da Caixa os administradores executivos Norberto Rosa e Rodolfo Lavrador, o primeiro porque completa este ano o seu terceiro mandato e não pode ser reconduzido no cargo e o segundo porque "não terá cumprido os objetivos" estabelecidos para as operações internacionais do banco público, segundo o Diário Económico.

Por seu turno, o administrador não executivo Pedro Rebelo de Sousa cessou funções em maio, depois de ter apresentado a demissão em meados de abril. Isto depois de, já em dezembro, António Nogueira Leite ter resignado ao cargo de administrador executivo da CGD, por alegadas divergências com a restante equipa de gestores do banco.

Entre as novas caras da CGD, além de Álvaro Nascimento como 'chairman', o Governo terá ainda escolhido Pedro Pimentel e José Vieira Branco para administradores não executivos da CGD. O nome de Hélder Reis também esteve em cima da mesa, mas o Governo recuou. Entretanto, o ex-diretor-geral do GPEARI (Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais), tomou posse esta terça-feira como secretário de Estado do Orçamento.

Já em meados de junho, o Governo apontou o presidente da AICEP, Pedro Reis, para administrador não executivo, mas este recuou por não ter obtido da APB uma declaração formal de não oposição à sua nomeação.

Para administrador não executivo, o Governo terá ainda escolhido João Coutinho (que até fevereiro deste ano estava no Barclays Portugal), um nome que já motivou polémica uma vez que este saiu em 2004 do banco público com uma indemnização entre 500 e 800 mil euros.

Para a Comissão Executiva da CGD, o Governo deverá nomear como administradoras Ana Cristina Leal (atualmente no Banco de Portugal) e Maria João Carioca (da gestora de rede multibanco SIBS), as quais já tiveram também parecer positivo da CreSap.

Na liderança executiva do banco continuará José de Matos, que assim é reconduzido até 2016.

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