JMJ. Diretor nacional da PSP acredita que polícias vão cumprir "importante missão"
Porto Canal/Agências
O diretor nacional da PSP, Manuel Magina da Silva, disse esta terça-feira acreditar que os polícias vão cumprir a "importante missão" de estarem presentes na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), apesar dos protestos programadas por algumas associações sindicais.
“Tenho a certeza de que, tal como aconteceu em circunstâncias anteriores, os polícias saberão exercer o seu legítimo direito ao descontentamento, mas que nunca porão em causa a importante missão. E os polícias têm muito presente a importante missão que vão cumprir. As duas coisas não são inconciliáveis”, disse Magina da Silva, à margem do 149.º aniversário do Comando Distrital da PSP de Leiria, assinalado esta terça-feira em Pombal.
Confrontado com os protestos anunciados por várias categorias profissionais para o período em que se realiza a JMJ, o diretor nacional afirmou que “o protesto de todas as classes profissionais, incluindo os polícias, é um direito constitucional”.
“Tem um quadro legal para ser exercido, neste caso a lei sindical aplicável à Polícia de Segurança Pública. Problemas temos muitos, é uma organização complexa, que tem uma multiplicidade enorme de funções, tarefas e, portanto, é uma organização, como todas as grandes e importantes organizações, com muitos problemas que não são de resolução imediata”, sublinhou.
Sobre as ajudas de custo previstas para os agentes que estarão envolvidos na segurança da JMJ, Magina da Silva reiterou que os agentes vão receber a 100% um apoio “para suportar os custos da missão que vão desempenhar, os que vêm de fora e que vão ficar colocados em Lisboa”.
“Isso corresponde 43,39 euros, que são as ajudas de custo correspondentes ao oficial, subcomissário e comissário, uma vez que o regime das ajudas de custo prevê que sejam pagos pelo montante do elemento mais graduado que estiver a fazer as mesmas funções no terreno, que é o caso”, adiantou.
O diretor nacional explicou que “os polícias terão de suportar as despesas associadas ao alojamento e alimentação, alojamento esse que, no caso de ser dos serviços sociais da PSP, corresponderá no máximo a 5 euros por dia”.
“Sendo seis dias, são 30 euros, numa semana, que vão gastar. Uma gentileza do comité organizador local (a Igreja portuguesa) foi-nos disponibilizado – e muito agradecemos - o fornecimento gratuito de duas refeições por dia, almoço e jantar, aos polícias que estiverem no local dos eventos”, acrescentou.
Magina da Silva revelou que o primeiro critério para recrutar agentes para o evento foi o voluntariado e depois a nomeação, assumindo que cerca de 50% dos polícias se voluntariaram para sair do conforto do seu lar e participarem em mais um desafio.
Quatro sindicatos da PSP decidiram esta terça-feira unir-se num protesto durante a visita do Papa por ocasião da JMJ, com ações de rua para mostrar que os polícias estão descontentes por o Governo não respeitar as suas reivindicações.
O presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP/PSP), Paulo Macedo, adiantou à agência Lusa que a estrutura convidou todos os sindicatos da PSP para unir esforços para demonstrar a luta dos polícias por melhores condições de trabalho e remuneratórias, mas o convite só foi aceite pelo Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP), pelo Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol) e pelo Sindicato Nacional da Carreira de Chefes (SNCC).
Por comparecer ficaram a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP) – o maior do setor - e o Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP).
De acordo com Paulo Macedo, “houve uma união de posições” para marcar ações de rua com concentrações de protesto em locais da cidade de Lisboa por onde o Papa Francisco irá passar, no seu encontro com os jovens em Lisboa de 02 a 06 de agosto.
Uma outra forma de protesto promete ser “inovadora”, mas por enquanto ainda está em segredo, só sendo revelada no final do mês.
A decisão de ações de protesto durante a visita do Papa a Portugal servirá para mostrar, nas palavras de Paulo Macedo, a forma como o Governo português trata os seus polícias.
O ministro da Administração Interna disse que respeita “o direito de manifestação” dos polícias previsto para a JMJ, mas garantiu que Portugal vai responder “às exigências de segurança” do encontro.
José Luís Carneiro sublinhou que “já reuniu várias vezes” com os sindicatos da PSP e associações da GNR, considerando que esse diálogo “tem sido muito construtivo” e já “foram encontradas soluções e outras estão em sede negocial”.