Norte é das zonas com mais casas sem ligação à rede água e saneamento
Porto Canal
O Norte é das zonas com mais habitações sem cobertura e sem adesão a redes de água e saneamento. A Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública explicou, ao Jornal de Notícias (JN), os riscos para a saúde das pessoas.
Existem, neste momento, 861 mil casas em Portugal que não se encontram ligadas à rede pública de água. O número sobe para 1,3 milhões quando falamos de habitações sem saneamento ou porque não têm cobertura ou porque não fazem ligação à rede, sobretudo no Norte do país.
Segundo o Jornal de Notícias (JN), a Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA) lançou um relatório de “Água e saneamento em Portugal – o mercado e os preços 2022”, que analisa dados de 2020.
O relatório indica que, nessa altura, existiam 224 mil alojamentos em Portugal continental com serviço de água não disponível e 617 mil habitações com serviço não efetivo, isto é, que não aderiram apesar de terem cobertura. No Norte, são cerca de 126 mil sem cobertura e 246 mil que não aderiram.
Relativamente ao saneamento de águas residuais, havia quase 834 mil alojamentos sem cobertura e mais de 505 mil sem serviço efetivo, em 2020. No Norte, novamente com os números maiores, marca 344 mil sem cobertura e 200 mil que não aderiram.
O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Gustavo Borges, afirma, ao JN, que existem muitos casos de pessoas que não aderem ao serviço porque não sabem da existência de uma “cadeira de controlo e tratamento da água da rede pública” e devido ao facto de pensarem que “a água que os avós bebiam é que era boa”.
O consomo de água de locais não controlados, segundo o presidente, “pode levar ao aparecimento de doenças, que normalmente estão associadas a situações gastrointestinais, e que afetam acima de tudo os mais vulneráveis, como idosos e crianças”.