Governo candidata dois projetos de 100 milhões de euros para investir na economia do mar, no âmbito do PRR

Governo candidata dois projetos de 100 milhões de euros para investir na economia do mar, no âmbito do PRR
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Porto Canal/Agências

O secretário de Estado do Mar anunciou esta quinta-feira que o Governo candidatou à reprogramação dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) dois projetos para investir na economia do mar, num investimento global de 100 milhões de euros.

Em declarações à agência Lusa, no final da iniciativa “Oceano: Pessoas e Oportunidades”, que esta quinta-feira assinalou em Viana do Castelo o Dia Mundial dos Oceanos, José Maria Costa adiantou que “uma das iniciativas, com uma verba de 50 milhões de euros, prevê o aprofundamento de estudos na costa portuguesa” relacionados “com o conhecimento no âmbito das energias renováveis oceânicas, mas também no conhecimento marinho”.

“É um trabalho importante que vai permitir aos centros de investigação e aos institutos portugueses um desenvolvimento e conhecimento maior da nossa costa”, destacou o governante.

O secretário de Estado do Mar revelou que o segundo projeto, também com um investimento de 50 milhões de euros, está relacionado com o ‘Green Shipping’.

“No fundo trata-se de uma aposta muito importante na descarbonização do transporte marítimo e no apoio a projetos-piloto nacionais de centros de investigação” para a mudança de utilização de “combustíveis fósseis por outros combustíveis”.

“É também um sinal muito importante que queremos dar aos armadores portugueses que fazem as ligações entre o continente e as regiões autónomas, dando-lhes oportunidades de fazem melhorias nos sistemas de transporte, nomeadamente nos combustíveis fósseis”, destacou.

José Maria Costa adiantou que o Governo está a fazer “uma aposta muito forte” nessa mudança “uma vez que o transporte marítimo tem um peso importante na emissão de C02 [dióxido de carbono] a nível internacional”.

“Portugal quer dar um sinal muito importante de que está atento e quer reduzir essas emissões”, frisou.

Segundo José Maria Costa, as duas iniciativas, “entre muitas outras, como por exemplo, um projeto de inovação e investigação das ilhas Selvagens, na Madeira, foram agora submetidas à Comissão Europeia deverão ser aprovadas até final do mês de julho”.

Na sessão que decorreu no Centro de Mar de Viana do Castelo, instalado a bordo do navio-museu Gil Eannes, foi apresentado o projeto Atlantic OFFSHORE Wind Energy AOWINDE, da eurorregião Galiza – Norte de Portugal e financiado pelo programa pelo INTERREG.

À Lusa, Maria Campos, técnica de inovação da ASIME – Associação de Indústrias do Metal e Tecnologias Associadas da Galiza, explicou que o projeto de cooperação, com um orçamento de 1,8 milhões de euros, pretende desenvolver todos os estudos necessários para a implementação física de um parque eólico ‘offshore’.

“A intenção é fazer um projeto-piloto de um parque eólico virtual que permita avaliar o impacto tecnológico, ambiental, social e económico de uma instalação real daquela infraestrutura”, explicou Maria Campos.

O AOWINDE, que arrancou em janeiro e tem conclusão em 2025, tem como fim, numa segunda fase, a instalação de um parque eólico ‘offshore’ que sirva a eurorregião.

O projeto, que está a ser desenvolvido por um consórcio público-privado, “visa analisar a necessidade de melhorar a competitividade da indústria europeia com emissões líquidas nulas e de impulsionar a rápida transição para a neutralidade climática”.

Além da ASIME integram o consórcio a Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, a Junta de Galiza, o Instituto Energético de Galiza, as Universidades de Vigo e da Corunha, a Câmara de Viana do Castelo, o Instituto Politécnico de Viana do Castelo, o INESCTEC e o CATIM – Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica.

A sessão incluiu a apresentação dos sete eixos que integram o Plano de Ação de Viana do Castelo da Agenda do Mar 2030.

Miguel Marques, da Skipper&Wool, apontou “a criação de um centro tecnológico internacional das energias renováveis ‘offshore’ e de uma plataforma integrada de desenvolvimento sustentável e de aceleração da inovação azul ancorada no porto marítimo”.

Referiu ainda a necessidade de “alavancar a re-industrialização azul, através da construção, reparação e conversão naval, promover a maternidade da vida marinha, através da aquacultura e da pesca sustentáveis, criar uma rede de promotores a economia do mar”, foram outros dos eixos do plano de ação que apresentou e que foram identificados por um grupo de trabalho que juntou diversas entidades de diferentes áreas, desde a investigação e desenvolvimento, pesca, náutica, turismo, hotelaria, entre outros.

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