A consulta pública do ‘Jogo do Pau’ de Cabeceiras de Basto, distrito de Braga, para inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, foi esta terça-feira publicada em Diário da República, com a duração de 30 dias.

O anúncio, assinado pela subdiretora-geral do Património Cultural Rita Jerónimo, dá conta do início do “processo de Consulta Pública sobre o projeto de decisão de inscrição do ‘Jogo do Pau’ no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial”.

“Os elementos constantes do processo de inventariação do ‘Jogo do Pau’ encontram-se disponíveis para consulta em linha através do sistema MatrizPCI, sistema de informação de suporte ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial”, lê-se no anúncio publicado em Diário da República.

Os interessados poderão apresentar as suas observações em sede da presente consulta pública “de forma desmaterializada, através daquele sistema [MatrizPCI]”, ou, em alternativa, podem ser “endereçadas, em correio registado, à Direção-Geral do Património Cultural, para o endereço: Palácio Nacional da Ajuda, 1349-021 Lisboa”.

“O Jogo do Pau caracteriza-se por ser uma técnica de defesa/ataque com uma arma barata e simples, de fácil acesso ao camponês. Este usava o seu varapau quer como defesa nas suas lides de pastoreio, quer quando tinha de se defender de qualquer quezília, para que era desafiado e não raras eram as vezes, nas feiras semanais, ou mesmo quando alguém lhe saia ao caminho. Com o decorrer dos tempos, a abertura das sociedades campesinas à urbanidade este hábito caiu em desuso, mas esta arte continuou a passar de geração em geração”, pode ler-se na descrição patente na plataforma MatrizPCI, que salienta que há apenas duas escolas ativas, nas freguesias de Bucos e Abadim.

O mesmo texto salienta: “Para um bom Jogo do Pau é necessário um pau com determinadas características. A árvore de lodão é uma das mais indicadas para o fabrico dos paus para o jogo. A forma como é cortada, e como o pau é talhado, tornou-se numa arte construtiva que esta terça-feira repousa na mão de apenas um mestre residente na freguesia de Bucos. Esta arte pode considerar-se manifestamente em perigo de extinção”.

A candidatura a Património Cultural Imaterial teve como proponente a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, no começo do ano passado.