Rui Moreira diz que Câmara não interfere na relação entre dona e inquilino do Sá da Bandeira

Porto Canal / Agências
A manutenção do Teatro Sá da Bandeira, no Porto, e a relação entre a empresa que o detém e o inquilino decorre à margem da câmara municipal, afirmou esta sexta-feira o presidente.
“A manutenção do teatro [Sá da Bandeira] e a relação entre eles [proprietário e inquilino] decorre à nossa margem e não me posso pronunciar”, referiu o independente Rui Moreira.
O autarca reagia assim, depois de questionado pelos jornalistas sobre o “conflito” existente entre a Livraria Lello, proprietária do teatro, e o inquilino, firma Rocha Brito & Vigoço, que vai chegar às vias judiciais, segundo noticiou o Jornal de Notícias (JN) na sua edição de quarta-feira.
“Os donos do imóvel exigem que a empresa responsável pela exploração assuma o pagamento das obras de restauro e conservação que o relatório técnico de peritagem, encomendado pela Lello em 2021 e terminado no ano seguinte, consideradas 'urgentes'”, sustentou o diário.
A 30 de maio de 2019, a Livraria Lello comprou o Teatro Sá da Bandeira por 3,5 milhões de euros.
À margem da apresentação do programa de celebrações do centenário de Guerra Junqueiro, Rui Moreira disse que não lhe compete a si pronunciar-se sobre o litígio entre aquelas duas empresas.
“Não me compete a mim pronunciar sobre essa matéria [litígio], sendo certo que a câmara tudo fez e que o inquilino aquilo que pediu foi a classificação do teatro como loja histórica, o que o município através de uma comissão independente considerou legítimo, e parece-me legítimo dado ser um teatro”, frisou.
Moreira recordou que o teatro “foi salvo” pela câmara portuense em 2017, depois de ter classificado a sua sala de espetáculos.
Nesse ano, em que se realizaram as eleições autárquicas, a autarquia foi notificada de que o teatro ia ser vendido porque estava numa zona onde esta poderia exercer o seu direito de preferência, explicou.
E, depois de uma votação unânime por parte dos deputados da assembleia municipal, a câmara exerceu esse direito de preferência e classificou a sala de espetáculos e não o edifício todo, esclareceu.
“Classificámos a sala e percebemos que a partir dali, quem viesse a adquirir o teatro, não podia deixar de salvaguardar a história e património daquele teatro que é o mais antigo do Porto”, salientou.
Depois, acrescentou Moreira, foi lançada uma hasta pública “amplamente anunciada” e surgiu uma entidade que comprou o Sá da Bandeira.