O carro é o transporte preferido nas viagens interurbanas na Área Metropolitana do Porto (AMP). O tempo gasto nos autocarros para quem viaja, das periferias para o centro da cidade, fazem com que muitos optem pelo transporte próprio.

Os habitantes do Grande Porto consideram que os sistemas públicos se encontram muito congestionados, o que não lhes abre opção para não utilizar o transporte individual. De acordo com o JN, apesar do aumento da oferta de infraestruturas rodo e ferroviárias, assim como de serviços públicos, não compensa o. também crescente, recurso ao automóvel.

Segundo especialistas, cerca de 67,6% das deslocações diárias na AMP são feitas em automóveis com ocupação média de 1,56 pessoas. Paulo Pinho, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), alerta para a situação insustentável das áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa.

De acordo com o JN, a linha Rubi, que estará pronta a partir de 2026, será crucial para a melhoria da mobilidade na AMP. Esta obra resultará num grande aumento da capacidade da rede de transportes, uma vez que vem ajudar o estrangulamento que é atravessar o rio Douro. Segundo o mesmo jornal, todas as pontes se encontram congestionadas, nomeadamente a linha Amarela do metro, a ponte da Arrábida e a do Freixo.

O reforço do metro, para Paulo Pinho, resultará numa grande vantagem para AMP, uma vez que com a estabilização dos padrões de transporte da população, haverá uma redução do tráfego automóvel entre o Porto e Gaia, devido à captação de mais utentes para o metro, à semelhança do que se tem verificado no passado.

De acordo com os Censos de 2021, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), nos movimentos pendulares no Grande Porto, abrangendo os conselhos de Matosinhos, Maia, Valongo, Gondomar, Gaia e Porto, mais de 383 mil pessoas preferem viajar de automóveis. Do município de Gaia para o do Porto, saem, diariamente, 33.791 pessoas. Destas, de acordo com o JN, dois terços (20611) fazem-no de automóvel.

Relativamente a duração das viagens, Gaia encontra-se no meio da tabela (21,88 minutos) e Gondomar (23,45) e Matosinhos (19,66) os extremos.