Aumento das taxas moderadoras não impediu utentes de procurar serviços - estudo

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 03 jul (Lusa) -- Um estudo sobre o "Impacto das taxas moderadoras na utilização de serviços de saúde", coordenado pelo economista Pedro Pita Barros, concluiu que não existe evidência de que o aumento das taxas foi impeditivo dos utentes recorrerem aos serviços de saúde.

O estudo, a que a agência Lusa teve hoje acesso, utilizou um inquérito desenvolvido pela Nova School of Business and Economics, da Universidade Nova de Lisboa, a 1.254 pessoas com 15 anos ou mais, representativas de 8.523.579 pessoas.

"Não há evidência de que o aumento das taxas moderadoras tenha causado um aumento significativo das situações em que se deixou de recorrer ao serviço de saúde", lê-se nas conclusões do documento.

Os autores referem que "apenas num reduzido número de situações terá sido o valor da taxa moderadora fator determinante para não haver recurso aos serviços de saúde".

Já em relação às urgências hospitalares, as respostas obtidas através deste inquérito indicam que "existe resposta na utilização aos valores das taxas moderadoras, mas que essa resposta é de reduzida expressão quantitativa".

Dos 1.254 inquiridos que responderam ao inquérito, apenas cinco indicaram como motivo para não terem procurado cuidados de saúde no sistema as taxas moderadoras na última situação em que se sentiram doentes (0,86 por cento).

"As taxas moderadoras foram encaradas como uma barreira impeditiva de acesso a cuidados de saúde em menos de um por cento das situações e os custos de transporte não são mencionados como tendo tido qualquer papel na ausência de recurso a cuidados de saúde nesta amostra", refere o documento.

Ao abordar a forma como são utilizados os serviços de saúde, os autores do estudo identificaram "a utilização de serviços de atendimento não programado, seja consultas de cuidados de saúde primários seja consultas de urgência num hospital, com um recurso sobretudo aos serviços do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

Outra conclusão foi a "muito baixa utilização do serviço Saúde24, sugerindo que este é um fator de acesso a cuidados de saúde que está a ser fortemente negligenciado pela população quando tem um problema de saúde".

Ao nível dos cuidados de urgência, "a procura da resolução dessa situação no hospital ou no centro de saúde corresponde à maioria das situações (42,63% e 49,15% das respostas, respetivamente)".

A procura de um médico privado foi assumida por 7,13 por cento e o recurso ao Serviço Saúde24 apenas por 0,5%.

Sobre o conhecimento do valor das taxas moderadoras, o estudo identificou cerca de 47 por cento dos inquiridos que declarou que conhecer o valor da taxa moderadora numa urgência hospitalar e, destes, cerca de 80% indicou o correto valor da taxa moderadora.

SMM // CC.

Lusa/Fim

+ notícias: Economia

Bruxelas elogia cortes "permanentes de despesa" anunciados pelo Governo

A Comissão Europeia saudou hoje o facto de as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro se basearem em "reduções permanentes de despesa" e destacou a importância de existir um "forte compromisso" do Governo na concretização do programa de ajustamento.

Bruxelas promete trabalhar "intensamente" para conluir 7.ª avaliação

Bruxelas, 06 mai (Lusa) -- A Comissão Europeia está empenhada em trabalhar "intensamente" para terminar a sétima avaliação à aplicação do programa de resgate português antes das reuniões do Eurogrupo e do Ecofin da próxima semana, mas não se compromete com uma data.

Euribor sobe a três meses e mantém-se no prazo de seis meses

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- A Euribor subiu hoje a três meses, manteve-se inalterada a seis meses e desceu a nove e 12 meses, face aos valores fixados na sexta-feira.