"Poderemos ter que pensar em fechar a porta". UD Valonguense teme futuro e aguarda por soluções da autarquia 

Imagem: André Arantes | Porto Canal
| Desporto
Fábio Lopes

Palco dos escalões de formação da União Desportiva Valonguense, o Estádio Municipal encontra-se interdito, desde 11 de março, por questões de segurança. O abatimento do relvado sintético colocou em suspenso a prática desportiva de 350 jovens do clube. O dia a dia faz-se agora com a 'casa às costas' e com dúvidas quanto ao futuro. 

 
 
 
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O complexo desportivo, casa do Valonguense, foi construído numa zona (Outrela) onde existiam minas de extração de ardósia e poços de ventilação dessas minas. O local foi aterrado e nesse aterro foi projetado o estádio municipal de Valongo.

O aterro está a ceder e em particular na zona dos poços de ventilação, onde têm surgido abatimentos significativos. Perante o risco iminente, a autarquia não hesitou em interditar o recinto desportivo, deixando centenas de jovens na incerteza. 

Valonguense teme futuro

João Melro, diretor para o futebol do UD Valonguense é uma das vozes mais ativas da revolta e não esconde o tom de preocupação. 

"Nós estamos a falar de um clube histórico. Um clube do panorama nacional, que tem 85 anos de história, passou muitos momentos difíceis. Agora, é um clube que está bem neste momento, mas que daqui se calhar a meio ano ou nem tanto, poderá ter que pensar em fechar a porta", aponta, referindo que a estrutura do clube está a fazer os possíveis para que pais e jogadores não percam a confiança na instituição. 

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Estádio Municipal encontra-se interdito desde meados de março 

Como alternativas para contornar a imposição colocada ao Estádio Municipal, os cerca de 350 atletas estão desde terça-feira, dia 21 de março, a treinar em relvados sintéticos situados na escola António Ferreira Gomes, em Ermesinde.

"Além destes dois relvados que serão alugados pela autarquia e que serão utilizados de segunda a sexta-feira, das 19 hora às 23 horas, a autarquia disponibilizou também o Complexo Desportivo dos Montes da Costa, também em Ermesinde, que será utilizado para treinos dos escalões de formação da UDV à quinta-feira, conforme pedido pelo clube", revelou a Câmara Municipal em Valongo. 

Alternativas "escassas"

Soluções que desagradam os responsáveis do clube da Associação de Futebol do Porto, que avança com duas contrapropostas. 

Segundo o clube, as alternativas avançadas pelo município não satisfazem as necessidades diárias: o pavilhão da Escola Secundária de Ermesinde "é pequeno para as necessidades das equipas" e o campo sintético na zona industrial de Alfena "está disponível apenas a partir das 22:00 e, além de não ter casas de banho nem balneários, o horário tardio é insuportável para crianças de 8, 9, 10,... anos".

"Tal como a Câmara Municipal, o clube também quer garantir a segurança dos atletas, sem prejudicar a confiança dos pais e famílias que confiaram os seus filhos à UD Valonguense 1937", refere o emblema, através de uma publicação nas redes sociais, sugerindo em alternativa, "comparticipar financeiramente a colocação de um relvado sintético no Estádio do Calvário [onde joga o escalão sénior]".

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Campo do Calvário tem recebido treinos dos escalões mais novos. "Desgaste do relvado" preocupa clube

João Melro diz que no atual cenário "não conseguimos ter as equipas de futebol de onze a treinar como nós queríamos, porque uma equipa de futebol de onze não pode treinar uma semana inteira num campo tão reduzido". 

Também Isabel Vale, mãe de um jovem jogador, tece críticas às soluções encontradas. 

"É um bocadinho difícil de gerir, porque só o facto de ter de ir treinar para Ermesinde obriga a sair de casa muito mais cedo e a chegar a casa mais tarde. Em miúdos, na idade deles, chegar a casa para jantar às nove, nove e tal da noite acaba por ser complicado", sublinha. 

Obras à vista 

O executivo liderado pelo socialista José Manuel Ribeiro anunciou, na semana transata, um investimento de 700 mil euros na reconstrução do campo sintético do Estádio Municipal, interditado devido a vários aluimentos no terreno de jogo. 

O vereador Paulo Esteves Ferreira assinala que "nos últimos nove anos" a Câmara tentou "mitigar este grave problema herdado de anterior gestão autárquica, realizando intervenções corretivas pontuais nas áreas que abatem, o que tem danificado o relvado que se encontra todo remendado", sendo necessária agora uma intervenção de fundo. 

João Melro, diretor do UD Valonguense refuta estas afirmações dizendo que "foi sempre o clube a recorrer à Câmara, avisando perante o risco que era iminente. Era a olho nu. Nós víamos um relvado todo aos retalhos. Tivemos a felicidade de nunca haver uma lesão gravíssima naquele relvado", reforça. 

 

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