Dono do grupo Impala é suspeito de comprar justiça. Jacques Rodrigues preparava-se para fugir do país

Porto Canal
O dono do grupo Impala, que integra revistas como a "Nova Gente", "Maria" ou "TV 7 Dias", foi detido pela Polícia Judiciária esta quinta-feira de manhã. Com ele foram também detidos o filho, o advogado e o revisor oficial de contas.
Na operação "Última Edição", foram ainda efetuadas buscas em vários zonas do território nacional e dez pessoas acabaram por ser constituídas arguidas.
De acordo com um comunicado da PJ, foram executados 32 mandados de busca, sendo que foram realizadas oito buscas domiciliárias e vinte e quatro buscas não domiciliárias.
Em causa estão suspeitas de corrupção passiva, corrupção ativa, insolvência dolosa agravada, burla qualificada e falsificação ou contrafação de documentos.
Na nota lê-se ainda que em causa está "um plano criminoso traçado para, entre o mais, ocultar a dissipação de património, através da adulteração de elementos contabilísticos de diversas empresas, em claro prejuízo de diversos credores, (...) os trabalhadores, fornecedores e o Estado, estando reconhecidos créditos num valor total de cerca de 100.000.000,00Euro (cem milhões de euros)". Além disso, a PJ fala ainda de uma "forte indiciação" de desvio do dinheiro "para fora do território nacional, num montante global que ascenderá a largas dezenas de milhares de euros".
De acordo com a SIC Notícias, uma das principais pistas que levaram o Ministério Público a suspeitar de um esquema foi o facto de a mansão do dono do grupo estar à venda por 7,5 milhões de euros.
Sabe-se também que "o grupo Impala tinha há vários anos litígios em tribunal por créditos salariais devidos a ex-trabalhadores".