Antiga lota de Aveiro mais perto de pertencer à Câmara
Porto Canal
A ideia vencedora do concurso organizado pela autarquia, relativamente à antiga lota, prevê habitação, parque urbano, restauração, comércio, hotel, marina e um edifício para associações.
A antiga lota de Aveiro, que pertence à Administração do Porto de Aveiro (APA), pode brevemente passar para a Câmara. A lota encontra-se junto à ria, possui cerca de 11 hectares e localiza-se a poucas centenas de metro da idade. No final de fevereiro, após contactos entre o presidente do município, Ribau Esteves, o novo administrador da APA, Eduardo Feito, e a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, a Câmara enviou para estas e para o ministro das Infraestruturas, João Galamba, uma proposta para ficar com o terreno. Na passada quarta-feira, o presidente do município afirmou ao Jornal de Notícias (JN) que vê a possibilidade da transferência ser realizada no âmbito da descentralização, o que a APA e o Governo não consideram possível, ou através da venda, tendo sido feita uma proposta pela autarquia. Apesar de Ribau Esteves não ter relevado o montante, afirmou à JN que as conversações estão a correr bem e que o edil deverá estar fechado até ao próximo verão.
Ribau Esteves, após a apresentação da proposta vencedora do concurso, explicou que apesar de ainda não ter os terrenos, quer demonstrar o seu interesse e mostrar como é que o loca, atualmente quase abandonado, poderá vir a servir as pessoas da cidade. O presidente do município esclareceu ainda ao JN que, a proposta vencedora não terá de ser aplicada pela Câmara, mas que poderá servir de base ao “desenho” previsto para o local, não excluindo a possibilidade de aproveitar soluções apresentadas por outros candidatos.
Os arquitetos da ideia vencedora, Nuno Costa e Cátia Alexandre, que receberam um prémio de 50 mil euros, denominaram o projeto como “Parque Urbano da Marinhas”. De acordo com o JN, estes explicaram que querem que a antiga lota se torne numa zona inclusiva, sustentável, com estética e “sem espaços mortos”.
A ideia vencedora inclui 15.400 m2 para habitação, dividida em cinco blocos, 22.575 m2 de parque urbano, 2250 m2 destinados para a venda de produtos locais, bares e restaurantes, 8225 m2 de hotel e 13.400 m2 de marina, com capacidade para barcos até 40 metros. As associações náuticas e culturais que ainda se encontram sediadas na antiga lota, passarão a ficar num novo edifício com 6000 m2, inspirado nos armazéns de sal. O “Living Places Lab”, destinado à investigação e start-ups, será o edifício mais “recatado”.
De acordo com a JN, a Câmara promoveu, também, um concurso de ideias para reconverter o antigo colégio de inserção Dr. Alberto Souto numa academia criativa. Neste caso, os terremos já pertencem à Câmara. A proposta vencedora pertence a Gonçalo Louro e Cláudia Santos e arrecadou 20 mil euros.