Notícia Porto Canal. Recluso de Paços de Ferreira pintava quadros falsificados na prisão
Porto Canal
Um recluso da cadeia de Paços de Ferreira foi acusado de 22 crimes por pintar quadros falsificados de autores de renome, dentro do estabelecimento prisional. O preso faria parte de uma rede liderada por um negociante de arte da cidade do Porto.
Durante sete anos, o estabelecimento prisional de alta segurança de Paços de Ferreira, onde só estão detidos presos condenados a penas superiores a dez anos, serviu de atelier para falsificar pinturas de artistas de renome.
Os crimes foram perpetrados durante as aulas de pintura da oficina de trabalhos manuais criada para ocupar o tempo dos reclusos
O esquema funcionou desde janeiro de 2014 e foi desmantelado em 2021 pela Polícia Judiciária do Porto.
Carlos Sérgio Miranda Patrício fez dezenas de quadros falsos e publicava inclusive fotografias a pintá-los na própria conta pessoal do Facebook.
As réplicas dos trabalhos de Cruzeiro Seixas, Mário Cesariny, José Malhoa, Almada Negreiros e Malagantana chegaram a ser vendidas por 15 mil euros.
Carlos Patrício foi recrutado para fazer estes trabalhos na cadeia por Eduardo Pinto dos Santos, outro recluso que está a cumprir pena por crimes semelhantes e que é irmão do célebre negociante de arte do Porto, Joaquim Pinto dos Santos.
O negociante que é, para a investigação, o cérebro do grupo altamente organizado e que se dedicou a mandar produzir obras de arte falsas para as introduzir no mercado, lesando o estado em milhares de euros, está agora esta preso na cadeia de Custóias.