Governo açoriano diz que não foi consultado e critica "sentido de Estado" do Governo central sobre saída de presidente da SATA para TAP

Governo açoriano diz que não foi consultado e critica "sentido de Estado" do Governo central sobre saída de presidente da SATA para TAP
| Política
Porto Canal / Agências

O secretário das Finanças dos Açores adiantou que o executivo regional (PSD/CDS-PP/PPM) não foi consultado sobre a saída de Luís Rodrigues da SATA para a TAP, criticando a falta de sentido de Estado do Governo da República.

“Não fomos consultados, mas sim informados sobre a ida de Luís Rodrigues para a TAP. O Governo dos Açores foi informado, não foi consultado. Aquilo que dizemos é que não nos vamos vergar. Não nos vão fazer desistir de salvar a SATA”, afirmou Duarte Freitas aos jornalistas na Horta, durante a apresentação das deliberações do Conselho de Governo Regional, na Horta, ilha do Faial.

Na segunda-feira, o Governo da República escolheu Luís Rodrigues, que atualmente lidera a companhia aérea pública açoriana SATA, para assumir os cargos de presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da TAP.

Duarte Freitas reconheceu, esta terça-feira, que a saída de presidente da SATA é uma “contrariedade” e revelou que o executivo regional só recebeu um “contacto do Governo da República por volta da hora de almoço” de segunda-feira, a “informar que Luís Rodrigues queria ser presidente da TAP”.

“O sentido de Estado devia impor o cuidado com este processo de privatização da SATA - Azores Airlines. É uma questão nacional. E percebemos também que há muitas vontades nos Açores, que comunicam para o Governo da República, para que isto não corra bem”, criticou.

Durante a sessão, o secretário regional (PSD/CDS-PP/PPM) apresentou o caderno de encargos para a privatização da Azores Airlines, empresa do grupo SATA responsável pelas ligações da região com o exterior.

Instado a concretizar quais as “vontades” que não querem que a privatização da companhia “corra bem”, o secretário das Finanças, Planeamento e Administração Pública apelou aos açorianos para tirarem as “suas ilações”.

“As pessoas que façam as suas ilações. Todos nós somos livres o fazer. O que é factual é que o Governo dos Açores foi informado ontem [segunda-feira] à hora de almoço do que iria acontecer”, reforçou.

Também a 7 de fevereiro, foi anunciada a saída de Mário Chaves da administração da SATA Chaves para suceder a Válter Fernandes no cargo de diretor-geral da Portugália, a partir de março.

Duarte Freitas acrescentou que Luís Rodrigues vai manter-se em funções “até final de março”, mas realçou que o conselho de administração da SATA “mantém-se com quórum” devido à presença dos dois administradores não executivos indicados pelo Governo Regional.

Com a saída dos dois elementos, o conselho de administração da SATA Holding fica constituído por Teresa Mafalda Gonçalves (diretora financeira do grupo) e Bernardo Ponte e João Crispim Ponte (administradores não executivos).

O secretário regional realçou ainda que Luís Rodrigues não tem direito a indemnização pela saída e que a decisão sobre o futuro líder da companhia aérea vai ter “sempre como primeira prioridade manter o ritmo e as componentes do processo de privatização da Azores Airlines”.

Em junho, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo ‘remédios’ como uma reorganização da estrutura empresarial.

A injeção financeira implica o desinvestimento de uma participação de controlo (51%) na Azores Airlines, o desdobramento da atividade de assistência em terra e uma reorganização da estrutura empresarial da SATA, com a criação de uma 'holding' que substitui a SATA Air Açores no controlo das suas operações subsidiárias.

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