O presidente do PS Gondomar, Marco Martins, que assume também a presidência da autarquia afirmou que Isabel Santos “em Gondomar é uma mera militante, como os outros 2500”.

Ouvido pelo Porto Canal, após a desvinculação da eurodeputada da secção de Gondomar do Partido Socialista, à qual estava ligada há 32 anos, Marco Martins diz que “quem não convive com a democracia salta fora do barco”.

A eurodeputada Isabel Santos desvinculou-se do PS Gondomar após a Assembleia Municipal ter reprovado, com 23 votos afetos ao PS, a desagregação da União de Freguesias de São Cosme, Jovim e Valbom, noticiou a Lusa esta quinta-feira.

Em declarações ao Porto Canal, a eurodeputada Isabel Santos refere que a desvinculação é uma questão de coerência. “Atuei em coerência com aquilo que são os meus princípios, com aquilo que entendo que deve ser o respeito democrático pela vontade expressa pelos cidadãos e pelos órgãos, neste caso pelos órgãos de freguesia, porque tinha havido um voto favorável a esta desagregação na Assembleia de Freguesia”, frisou.

A Câmara de Gondomar, de maioria PS, aprovou a 22 de fevereiro um parecer que desaconselha a desagregação da União de Freguesias que integra São Cosme, Jovim e Valbom. Isabel Santos, deputada europeia e figura histórica do partido socialista, teceu duras críticas à decisão do executivo liderado por Marco Martins.

Através de uma publicação na rede social Facebook, a gondomarense tornou público o seu desagrado pelo “desrespeito manifestado face à vontade expressa da população”.

Em resposta às críticas, Marco Martins reage “com total desprezo” atirando que “em Gondomar nenhum cidadão sofreu nada com a agregações, os serviços não só mantiveram todo o funcionamento como melhoraram”.

“Lamento profundamente que um eleito pelo povo despreze a vontade dos seus eleitores”, atira Isabel Santos, referindo que “aquilo que tinha a fazer em consciência e em coerência fiz, como aliás tinha anunciado segunda-feira à noite, em plena Assembleia Municipal, como cidadã, porque só lá fui como cidadã”.

Isabel Santos frisou que a saída do PS Gondomar “não significa que sai do partido”, recordando, a propósito, “que foi o PS que esteve na linha da frente desta lei [da desagregação das freguesias]”.