Inspeção-Geral de Finanças admite reintegração de Alexandra Reis na TAP
Porto Canal / Agências
O parecer provisório da Inspeção Geral de Finanças (IGF) admite uma possível reintegração de Alexandra Reis na TAP. A notícia é avançada pela SIC, que garante que está ainda em cima da mesa o cenário da devolução da indeminização de 500 mil euros.
À SIC, Alexandra Reis afirma que não fará comentários até ler o relatório final. A antiga administradora da TAP e ex-secretária de Estado confirmou também que, caso seja chamada a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, marcará presença na Assembleia da República.
Esta terça-feira, no Parlamento, Fernando Medina evitou comentar o caso. "Sobre questões que são laterais, não lhes darei mais importância do que elas merecem", frisou. O ministro remeteu mais reações para quanto o relatório der entrada no ministério das Finanças.
PSD pede toda a comunicação do Governo sobre o caso Alexandra Reis
O PSD anunciou esta terça-feira que vai pedir na comissão de inquérito à TAP toda comunicação, interna e externa, do Governo sobre o caso de Alexandra Reis, assim como o relatório preliminar da Inspeção-Geral de Finanças sobre o tema.
“O PSD apresentou hoje um conjunto alargado de documentos que dividiríamos em três grupos: um tem a ver com a TAP e a sua gestão, os principais documentos de gestão, relatórios de contas, atas, deliberações, contratos. Outro com os trabalhadores, indemnizações, prémios e com o caso Alexandra Reis e ainda um terceiro sobre a relação da TAP com terceiros, nomeadamente com a Parpública e com o Governo”, sintetizou, em declarações aos jornalistas, o deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira.
Em concreto sobre o caso da ex-secretária de Estado Alexandra Reis, que recebeu uma indemnização de 500 mil euros para sair da TAP, há, segundo o deputado, “um conjunto de documentos que é altamente relevante” que foi pedido pelo PSD e por todos os grupos parlamentares.
“Mas também muito importante é a comunicação intra-Governo e extra Governo, ou seja, comunicação feita entre os dois ministérios com tutela direta ou indireta sobre a TAP - Infraestruturas e Finanças -, mas também todas as relações que houve não só entre membros do Governo, mas também membros das direções e dos gabinetes dos respetivos ministérios com a TAP e o que é que resultou dessas reuniões e das várias comunicações”, detalhou.
Segundo Paulo Rios de Oliveira, “conforme já ficou demonstrado” há “comunicações absolutamente fundamentais que foram formuladas por meios muito pouco usuais face à gravidade do que estava em causa, nomeadamente o uso do WhatsApp ou outros”.
“Neste caso e nesta comissão de inquérito não estão tão em causa os factos porque nós conhecemo-los. O que está em causa é como é que isto foi possível, como é que alguém deixou, como é que alguém soube e não fez nada, como é que alguém não soube e principalmente como é que estes protagonistas todos permitiram que o desfecho ou desfechos - porque os atropelos são vários - chegássemos aqui”, disse.
Para o deputado do PSD “é preciso perceber como é que foi formada a vontade, que conjunto de informação é que ocorreu entre os vários protagonistas nomeadamente na tutela política”.
“Receamos - e não queremos permitir que isso aconteça - que tudo se fique pela punição daqueles que funcionalmente falharam. Os que funcionalmente falharam terão que ser punidos e avaliados nessa perspetiva. E os que falharam politicamente? Esses também têm que, verificados os factos, retirar consequências”, explicou.
Do requerimento que o PSD entregou no âmbito da comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP fazem parte 42 documentos, divididos por pedidos à TAP, ao Governo e Parpública.