Ministro da Saúde: “As forças do centralismo são muito poderosas”

Ministro da Saúde: “As forças do centralismo são muito poderosas”
| Política
Porto Canal/Agências

O ministro da Saúde afirmou, esta segunda-feira, que “as forças do centralismo são muito poderosas” e que é por isso que ao fim de décadas de democracia Portugal “continua tão centralista”, reconhecendo que “há muitas resistências” ao processo de descentralização.

“Acho que há muitas resistências [ao processo de descentralização]. Não é por acaso que ao fim de décadas de democracia o país continua tão centralista como continua, é porque as forças do centralismo são muito poderosas, nós temos que as contrariar com a energia de quem quer uma descentralização efetiva”, afirmou Manuel Pizarro, no Porto à margem da apresentação do Plano Municipal de Saúde daquele município.

O titular da pasta da Saúde disse ainda estar “absolutamente certo” de que o Governo e a Câmara Municipal do Porto vão encontrar uma “plataforma de entendimento adequada” para concretizar a descentralização de competências na área da Saúde.

“Tenho a certeza de que quando eu e o Dr. Rui Moreira assinarmos o auto da descentralização será a transferência adequada de verbas, quer do ponto de vista da visão do Estado central quer do entendimento da Câmara Municipal do Porto”, afirmou.

A discursar na apresentação do Plano Municipal de Saúde do Porto, Rui Moreira criticou, mais uma vez, o processo de descentralização em curso "para nós, não se trata de uma verdadeira descentralização de competências, mas sim de uma mera transferência de tarefas, as tarefas que o Estado não deseja assumir nem está disposto a pagar", afirmou.

Defendendo que o Estado quer "pura e simplesmente livrar-se de encargos", o autarca independente salientou que “as verbas alocadas aos municípios não cobrem os custos inerentes às competências transferidas".

Quanto às verbas a transferir, Manuel Pizarro afirmou acompanhar o raciocínio do autarca “eu estou de acordo com o que o presidente da Câmara Municipal do Porto exprimiu, que esse processo tem que ser neutro do ponto de vista orçamental para as autarquias, isto é, o que o Estado central transfere em termos financeiros tem que ser o montante adequado para que as autarquias realizem (…) o que o Estado central já realizava”, disse.

No entanto, sobre o facto de as competências transferidas serem “meras tarefas”, o também ex-vereador da autarquia do Porto discorda de Moreira. “Acho que essa visão é um pouco exagerada, embora eu faça parte dos muitos em Portugal que acreditam que a descentralização deve continuar a ser aprofundada”, disse.

 

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