Reunião para redução de custos da JMJ acontece esta quinta-feira. Igreja, Governo e Câmara de Lisboa sentados à mesa

Porto Canal
A prometida reunião entre os responsáveis da Igreja, a Câmara Municipal de Lisboa e o Governo para decidir se é possível reduzir o valor das obras para as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) irá acontecer esta quinta-feira. A confirmação foi dada pelo bispo auxiliar de Lisboa D. Américo Aguiar que garante que vai pedir aos técnicos que “cortem tudo o que não é essencial para a segurança e para corresponder àquilo que é necessário”.
Em entrevista ao programa Grande Entrevista, na RTP3, o também presidente da Fundação JMJ sublinhou que pretende "entender qual é a razão técnica e de custo financeiro para que este custo seja indispensável e tudo o que não for indispensável vamos pedir que se elimine", reforçando que não querem "passar uma imagem de riqueza, de ostentação, porque isto fere os portugueses e os jovens”.
O bispo auxiliar de Lisboa, que já havia admitido que o valor (superior a quatro milhões de euros) do altar-palco onde o Papa vai celebrar a missa final "magoa todos", endereçou um pedido de desculpas aos portugueses por não ter acompanhado "devidamente" o processo.
"Peço desculpa aos portugueses por não o ter feito, acho a minha obrigação acompanhar, não intrometer na competência da autoridade e instituições, mas pedir para acompanhar, para que possamos validar coisas indispensáveis para a concretização do acolhimento de um milhão de jovens na cidade de Lisboa”, reiterou.
D. Américo Aguiar acrscentou que o projeto de palco, que irá nascer junto ao rio Tejo “nunca” lhe foi apresentado diretamente, algo que não deveria ter acontecido.
"O equipamento palco Tejo há de ser entregue à JMJ pela SRU, pela câmara Municipal de Lisboa para nós o podermos utilizar. O que falhou da minha parte é que entre a adjudicação e o anúncio devia ter antecedido uma partilha e uma explicação da situação".
O controverso altar-palco
A obra de construção do altar-palco onde o Papa Francisco vai celebrar a missa final teve um custo previsto de 4,2 milhões de euros à Câmara de Lisboa, numa empreitada atribuída por ajuste direto, que será sujeita agora a uma escrupulosa revisão.
Segundo a informação disponibilizada no Portal Base da Contratação pública, "a construção foi adjudicada por 4,24 milhões de euros (mais IVA)", somando-se a esse valor "1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura".
A Câmara de Lisboa justificou o investimento no altar-palco com as necessidades do evento e as características do terreno, sublinhando que a estrutura poderá receber 2.000 pessoas, metade dos quais bispos, e continuará depois a ser utilizada.