Governo está a "livrar-se do que não quer pagar". Autarcas do Porto, Lisboa e Braga criticam modelo de descentralização

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Porto Canal

Os presidentes das Câmaras do Porto, Lisboa e Braga teceram, uma vez mais, duras críticas ao modelo de descentralização, proposto pelo atual governo, classificando-o mesmo de “comédia” e “mentira”. Rui Moreira, Carlos Moedas e Ricardo Rio estiveram presentes, esta segunda-feira à noite, em Vila Nova de Gaia, numa conferência dedicada ao tema “Poder local, PRR e Descentralização”.

Todos os edis foram unânimes no diagnóstico feito ao processo, defendendo que a atual descentralização "não é uma verdadeira descentralização", uma vez que o que o Governo se está a "livrar" de encargos "que não quer pagar".

"Transferência de tarefas"

"A descentralização continua a ser uma boa ideia se não for mentira e este caminho que temos vindo a fazer é um caminho que, objetivamente, vai levar a enganar e a afastar o eleitorado", frisou Rui Moreira, reforçando que, no atual panorama, os municípios vão ser "vidraceiros das escolas e dos centros de saúde" e na ação social vão "tapar uns buracos".

O autarca da Invicta reiterou ainda que "isto a que se chama descentralização é apenas uma transferência de tarefas. É o que tem acontecido e o que vai continuar a acontecer". 

Críticas vindas também da capital 

Também Carlos Moedas, Presidente da Câmara de Lisboa, juntou-se às vozes de revolta, sublinhando que esta descentralização é uma "comédia de enganos", em que se está a "vender a ideia de que se está a descentralizar quando o que o Governo PS está a fazer é livrar-se do que não quer pagar". "Esta descentralização mais não, esta descentralização não é uma verdadeira descentralização, com esta não contem comigo", frisou o autarca da capital. 

Já o presidente da Câmara de Braga salienta que o processo de descentralização "só poderia correr mal", justificando que tal se deve à relação entre o estado central e as autarquias locais, que "foi sempre cultivado ao longo dos anos como uma relação totalmente desequilibrada".

Na opinião dos três autarcas, o processo devia ser passar competências e recursos em igual medida algo que, na prática, não está a acontecer.

Desagrado pela constante instabilidade vivida na TAP

Um outro tema abordado durante a conferência foi o atual estado da TAP, que se tem visto associada a diversas polémicas. As críticas sucederam-se, tendo sido a companhia aérea apelidada de “vergonha e um desastre total”.

"A TAP é um resquício de uma empresa colonial, não é mais do que isso. Não nos serve aqui [Norte]", afirmou Rui Moreira, referindo que a empresa é um "desastre e vai continuar a ser um desastre", questionando o porquê de Portugal ter investido 3,2 mil milhões de euros na companhia aérea.

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