Serviços mínimos nas escolas são "um ataque à democracia", dirigente do STOP

Serviços mínimos nas escolas são "um ataque à democracia", dirigente do STOP
| País
Porto Canal

O líder do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), André Pestana, considera os serviços mínimos para a greve nas escolas um “ataque à democracia” e promete uma “gigantesca resposta” no sábado

Em declarações aos jornalistas em Coimbra, o responsável reagia assim ao facto de o Tribunal Arbitral ter decidido esta sexta-feira fixar serviços mínimos, a pedido do Governo, para a greve por tempo indeterminado de professores e não docentes, que se prolonga desde dezembro.

André Pestana disse que a resposta será dada no sábado, quando dezenas de milhares de pessoas desfilarem em Lisboa entre o Ministério da Educação e a Presidência da República.

“Para sermos ouvidos, mas com uma grande massa humana, a dizer que o Presidente da República tem de tomar as rédeas da situação, porque o Governo não está a cumprir nem a fazer cumprir a constituição”, afirmou.

André Pestana considerou que o STOP precisa de outros interlocutores, porque o ministro da Educação “faz parte do problema e não da solução”, referindo que os serviços mínimos são “uma forma desesperada de um Governo autoritário, que não consegue ter outra forma que não seja pela força”, e que são “um atentado ao direito à greve”.

E são também “um ataque a toda a sociedade civil” e “à nossa democracia”, acrescentou, prometendo para sábado uma “gigantesca resposta proporcional a este grande ataque”.

O Ministério da Educação anunciou esta sexta-feira que o colégio arbitral decretou serviços mínimos para a greve em curso nas escolas convocada pelo STOP.

Em comunicado, o Ministério da Educação justificou o pedido de definição de serviços mínimos com a “duração e imprevisibilidade das greves decretadas” pelo STOP e “consequências acumuladas para os alunos, no que concerne a sua proteção, alimentação e apoio em contextos de vulnerabilidade”.

Na semana passada, o STOP recusou a proposta da tutela de serviços mínimos que permitam ter as escolas abertas, dar refeições e acolher alunos com necessidades educativas especiais, tendo sido depois constituído um Colégio Arbitral, cuja decisão foi conhecida esta sexta-feria.

De acordo com a decisão do Tribunal Arbitral, os professores terão de assegurar, a partir de 01 de fevereiro, os apoios aos alunos que beneficiam de medidas adicionais no âmbito da educação inclusiva, bem como aos alunos em “especial perigo de abandono escolar” e aqueles sinalizados pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens.

Os serviços mínimos preveem também a garantia dos apoios terapêuticos, o acolhimento dos alunos nas unidades integradas nos Centros de Apoio à Aprendizagem, e a continuidade das medidas direcionadas para o bem-estar socioemocional dos alunos, no âmbito do plano de recuperação das aprendizagens.

+ notícias: País

Ministro insiste em necessidade “garantir boas condições” para realização dos exames

O ministro da Educação insistiu esta quinta-feira na necessidade de “garantir boas condições” para a realização das provas e exames finais, justificando assim o pedido para que sejam decretados serviços mínimos para as greves de professores.

Ativistas pelo clima furam pneus de carros. "Atenção, o teu sugador de gasolina mata"

O protesto, alegadamente em nome do clima, é assinado por um movimento intitulado "The Tyre Extinguishers", que, na sua página oficial, já se vangloriou desta ação em Portugal, à semelhança do ocorrido noutros países como França, Alemanha, Canadá e Espanha.

Marcelo pede apoio sustentado às misericórdias e rapidez na reestruturação do SNS

O Presidente da República pediu esta quinta-feira apoio financeiro sustentado do Estado às misericórdias, considerando que não deve ser feito "com bochechos", e que o Governo acelere a reestruturação do Serviço Nacional de Saúde (SNS).