Centro de apoio a sem-abrigo apela a revisão do plano de contingência do Porto

| Porto
Porto Canal / Agências

O Centro de Apoio ao Sem Abrigo (CASA) do Porto apelou esta quinta-feira à alteração do plano de contingência municipal, por considerar “redutor” o critério da temperatura mínima de 3 graus Celsius que determina a sua ativação.

"Efetivamente, 4ºC, 5ºC ou 6ºC graus [Celsius] é muito frio para quem está na rua", afirmou Natália Coutinho, uma das coordenadoras do CASA Porto, associação que, desde 2008, intervém junto da população sem-abrigo da cidade.

Com as temperaturas mínimas a registarem valores baixos, a coordenadora da associação - que entrega cerca de 160 refeições por dia - diz entender que "ativar o plano de contingência não é assim tão simples" e requer uma "estrutura" para a qual é preciso "haver algum critério", mas apela a que seja revisto o critério da temperatura mínima que determina a ativação do plano.

Segundo a Câmara do Porto, o plano de contingência para apoiar pessoas em situação de sem-abrigo “só é ativado com temperaturas mínimas abaixo dos 3ºC, durante três dias consecutivos”.

Para a coordenadora, deveria ser possível ativar o plano de contingência a partir dos 6ºC, por exemplo.

“Porque 6ºC é muito frio para quem está completamente desabrigado. Era importante que esse critério pudesse vir a ser melhorado porque o critério dos 3ºC é demasiado redutor", referiu.

E acrescentou: "muitos [sem-abrigo] perguntam-nos se podemos levá-los para algum local mais protegido".

À Lusa, Natália Coutinho afirmou que, independentemente de a Proteção Civil vir a ativar o plano de contingência, o CASA Porto e outras associações da cidade articularam-se para "fazer face às necessidades" de quem vive na rua.

Natália Coutinho destacou que a associação "tem feito um esforço enorme" para munir as pessoas em situação de sem-abrigo de cobertores, cachecóis, casacos, luvas e meias, bem como de bebidas quentes, como chás e cafés.

"Na terça-feira à noite entregámos o último cobertor que tínhamos. Daí o pedido extremo para nos ajudarem porque não conseguimos fazer face às necessidades das pessoas", afirmou a coordenadora, notando que as roupas quentes e os cobertores podem ser entregues no antigo Hospital Joaquim Urbano ou diretamente em contacto com a delegação do CASA Porto.

A Câmara do Porto anunciou na quarta-feira que as equipas de rua iriam ser reforçadas, a partir das 21:00, para apoiar as pessoas em situação de sem-abrigo devido ao frio.

Segundo a autarquia, o “contingente especial” é constituído por dois elementos da Proteção Civil Municipal, dois elementos do Regimento dos Sapadores Bombeiros, dois técnicos do Departamento Municipal de Coesão Social e dois Técnicos das Equipas de Rua.

“Pese embora ainda não estejam reunidos os critérios estabelecidos pelo Plano de Contingência para Pessoas em Situação de Sem-Abrigo do NPISA Porto – Vaga de Frio 2023, que só é ativado com temperaturas mínimas abaixo dos 3ºC, durante três dias consecutivos”, a Câmara Municipal do Porto decidiu avançar com “um reforço das equipas de rua, que diariamente acompanham as pessoas em situação de sem-abrigo”.

A autarquia refere ainda que os três restaurantes solidários da rede municipal – Centro de Acolhimento Temporário Joaquim Urbano, Baixa (Travessa de Passos Manuel) e Batalha – se mantêm em funcionamento, assegurando mais de 550 refeições diárias, com o apoio dos voluntários da Associação CASA.

Todos os distritos do continente vão estar sob aviso amarelo devido à persistência de valores baixos da temperatura mínima até às 06h00 de domingo, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O aviso amarelo, o terceiro menos grave, é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

+ notícias: Porto

Este é o anel híbrido que vai ser criado em Campanhã para “afastar os automóveis”

A mobilidade é um dos pontos essenciais para o novo Plano de Urbanização de Campanhã (PUC), que tem a Estação de Campanhã como ponto central e quer afastar o automóvel, sendo criado um ‘anel híbrido’ ao redor dela.

Proposta de reforço da videovigilância no Porto aprovada há um ano, mas só agora é que câmaras começam a ser instaladas

A proposta de reforço da videovigilância no Porto foi aprovada pelo Ministério da Administração Interna há exatamente um ano. No entanto, até agora as zonas da denominada “Movida” continuam à espera da instalação das câmaras de videovigilância.

Festival Primavera Sound assinala 10.ª edição no Porto com mais dias e um recinto maior

O festival Primavera Sound, que acontece de 7 a 10 de junho, no Porto, assinala a sua 10.ª edição com mais dias e artistas e um investimento e recinto maior, anunciou esta terça-feira o diretor do evento.