Falta de professores. Em 2021, formaram-se apenas três docentes em Físico-Química, oito em Filosofia e 21 em Matemática
Porto Canal / Agências
O Conselho Nacional de Educação (CNE) alertou esta quinta-feira para o reduzido número de alunos inscritos em cursos que habilitam a dar aulas a disciplinas como Físico-Química ou Filosofia, o que em breve agravará a falta de professores.
O alerta do CNE surge no relatório "Estado da Educação 2021", divulgado esta quinta-feira, que faz um retrato do ensino em Portugal e aponta o envelhecimento da classe docente e a pouca atratividade da profissão como um dos grandes problemas.
De acordo com o estudo, no ano letivo de 2020/2021, apenas três alunos terminaram a formação necessária para poder dar aulas de Física e Química a alunos do 3º ciclo e secundário, segundo dados disponíveis no relatório.
Mas esta não é a única disciplina problemática: Naquele ano, apenas três alunos terminaram a formação para dar aulas de Economia e de Contabilidade e outros oito ficaram aptos para ensinar Filosofia a alunos de secundário.
"Salienta-se que é igualmente baixo o número de diplomados em cursos que conferem habilitação para a docência de Português e Línguas estrangeiras no 3º ciclo do ensino básico e no ensino secundário", com apenas 49 diplomados, acrescentam os investigadores.
Dos cursos que permitem dar aulas de Matemática ao 3º ciclo e secundário saíram 21 diplomados, para ensinar Informática estavam prontos mais 18 jovens e para ensinar Biologia e Geologia a alunos do 3º ciclo e secundário havia mais 26 novos diplomados.
Em sentido oposto, no total, em 2021 diplomaram-se 1.531 estudantes, com destaque pela positiva para o Ensino de Educação Física (390 diplomados) e o de Educação Pré-escolar e ensino do 1º ciclo (298 diplomados).