A derrocada de uma parte da muralha da Fortaleza de Valença, monumento nacional, foi a face mais visível dos prejuízos do mau tempo que assolou a região. No entanto, os danos não ficam por aqui e as contas ainda se fazem. José Manuel Carpinteira, presidente da Câmara, afirma, em entrevista ao Porto Canal, que os prejuízos representam cerca de 5,5 milhões de euros, tendo em conta o valor provisório de 2 milhões de euros, referente ao derrube da muralha. Perante estes números, o autarca exige a intervenção do Governo. 

"O resultado do apuramento que foi feito pelos técnicos do município com o apoio das Juntas de Freguesia também dos privados que foram prejudicados pela intempérie no dia de janeiro, estima-se neste momento cerca de 3,5 milhões de euros. Neste valor não está incluída ainda nenhum valor referente ao derrube da muralha da Fortaleza de Valença. Portanto que estimamos em cerca de 2 milhões de euros, prevendo-se, por isso, cerca de 5,5 milhões de euros", especificou o autarca, reforçando que se tratam de "valores muito elevados para um município como Valença, para o orçamento que tem". 

Neste sentido, o Município interpelou a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, quer a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) para que o Governo, através de qualquer financiamento possa apoiar a região. 

José Manuel Carpinteira refere ainda que a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, tem estado em constante contacto e já manifestou todo o apoio do Governo para a reconstrução da Fortaleza, "um caso muito sensível" e cujos trabalhos deverão arrancar na próxima semana. 

"Estamos a preparar o projeto para a consolidação dos solos. Julgo que, na próxima semana, já poderemos ter as máquinas no terreno para começar a proceder à estabilização destes terrenos e poderemos fazer o projeto para a reconstrução", destaca o autarca, que, contudo, não se compromete com datas, mas espera que nos próximos meses se possa dar início ao projeto e à reconstrução da emblemática Fortaleza.  

"Espero que durante este ano se comece a reerguer esta muralha e que, até final do ano, já possamos ter uma boa resposta neste processo", destacou o Presidente da Câmara.