Abusos, juros, urgências, guerra, inflação. Qual a palavra do ano em 2022?
Porto Canal / Agências
A lista das dez palavras foi elaborada pela Porto Editora, “através das sugestões recebidas no 'site' da iniciativa, das pesquisas dos utilizadores feitas no Dicionário da Língua Portuguesa, em www.infopedia.pt e do trabalho permanente de observação e acompanhamento da realidade da língua portuguesa”, esclarece a Porto Editora.
A lista de candidatas “permite traçar um retrato dos acontecimentos que marcaram a vida coletiva do país”, argumenta a editora. “A Igreja Católica constituiu uma comissão independente para investigar casos de abusos sexuais nas suas instituições, tendo já recebido mais de 400 denúncias”, daí a escolha da palavra “abusos”.
A segunda palavra candidata é “ciberataque”, justificada pelo facto de os “ciberataques (terem alcançado) este ano uma dimensão sem precedentes e afetaram gravemente diversos organismos e empresas”.
Terceiro termo é “energia”, justificado pela “crise energética causada pela escassez e pela dificuldade de acesso a fontes de energia", com "impacto na vida das famílias e das empresas”.
“Guerra” é o quarto termo da lista de finalistas, devido à “invasão da Ucrânia pela Rússia (que) deu início ao maior conflito militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial [1939-1945]".
A meio da tabela das palavras candidatas surge “inflação”. “A taxa de inflação superou largamente a dos anos anteriores, atingindo o valor mais elevado desde 1992”, argumenta a Porto Editora.
O sexto termo é "juros”, na medida em que “o aumento das taxas de juros está a fazer subir o valor das prestações dos empréstimos bancários, criando dificuldades às famílias e às empresas”.
Segue-se “nuclear”, face ao “risco de um desastre nuclear (que) tem estado na ordem do dia ao longo de 2022”.
“A morte da rainha Isabel II (que) terminou um dos mais longos reinados da história” justifica a escolha de mais uma palavra a concurso, “rainha”.
Entre as dez candidatas a “palavra do ano” estão ainda “seca” e “urgências” por, respetivamente, “em 2022, o país [ter enfrentado] uma das piores secas dos últimos 100 anos” e por terem sido “recorrentes os casos de urgências encerradas em hospitais de todo o país, em especial nos serviços de obstetrícia e pediatria”.
No ano passado, em Portugal foi eleita “palavra do ano” “vacina” que sucedeu a “saudade” (2020).