China reforça ação policial para silenciar protestos anti-covid

China reforça ação policial para silenciar protestos anti-covid
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Porto Canal

Forças de segurança patrulham quarteirões e estações de metro em Pequim e erguem barreiras em Xangai para travar mobilização inédita contra o regime liderado por Xi Jinping. Estudantes em Hong Kong entoaram, esta segunda-feira, frases de "oposição à ditadura" num protesto contra as regras sanitárias anti-covid na China, à semelhança de cidades chinesas onde se registaram as maiores manifestações das últimas décadas contra as autoridades.

As manifestações contra medidas restritivas destinadas a travar contágios de covid-19 espalharam-se por várias cidades da China durante o fim de semana e as autoridades aliviaram algumas regras esta terça-feira, mas sem sinais de recuar na sua estratégia.

Com a forte presença policial em vigor, não houve notícias de protestos em Pequim ou Xangai no início desta semana, mas cerca de 50 estudantes entoaram cânticos na universidade de Hong Kong numa demonstração de apoio aos que se manifestaram na China continental contra as restrições, que confinaram milhões de pessoas às suas casas.

Escondendo os rostos para evitar represálias, os estudantes entoaram: "Não aos testes PCR, sim à liberdade", e "oponham-se à ditadura, não sejam escravos". Os seguranças da universidade filmaram o evento, mas não havia sinal da polícia.

Esta manifestação e uma outra, noutro local de Hong Kong, foram os maiores protestos ocorridos em mais de um ano no território, sob regras estritas impostas para travar o movimento pró-democracia em 2019. "Há muito tempo que queria falar, mas não tive oportunidade", disse James Cai, um jovem de 29 anos de Xangai que participou num dos protestos em Hong Kong.

Erguia um pedaço de papel branco, um símbolo de desafio à censura generalizada do partido no poder. "Se as pessoas no continente não podem tolerar mais, então eu não posso também", disse. A polícia isolou uma área em torno de manifestantes que se mantinham em pequenos grupos separados para evitar violar as regras da pandemia, que impedem ajuntamentos de mais de 12 pessoas.

Os protestos contra as restrições impostas pela China na estratégia 'zero covid' espalharam-se este fim de semana por grandes cidades como Pequim, Xangai e Nanjing, de acordo com imagens divulgadas nas redes sociais. Os protestos intensificaram-se após a morte de dez pessoas num incêndio num edifício alvo de confinamento em Urumqi na quinta-feira passada.

Em alguns casos, os manifestantes lançaram palavras de ordem contra Xi Jinping e contra o Partido Comunista da China, numa exibição pública invulgar de desaprovação das políticas do líder do país. A Human Rights Watch diz ter tido acesso a imagens de vídeo que mostram "dezenas de polícias" a chegar a locais de protesto para "dispersar a multidão, de forma violenta".

Em comunicado, a ONG pediu ainda às autoridades chinesas que "libertem imediatamente todos os manifestantes detidos injustamente e parem a censura 'online' sobre informações acerca dos protestos".

"Até agora, o Governo chinês recorreu a uma combinação de prisões e censura para controlar a situação. Imagino que nos próximos dias o Governo neutralizará a dissidência fazendo concessões locais, inclusivamente relaxando as restrições da covid-19, prendendo e ameaçando aqueles que participaram e esperando que esses protestos acabem", anteviu Wang.

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