Vila Nova de Gaia: Orçamento municipal de 296,8M€ aprovado
Porto Canal / Agências
O orçamento da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia de 296,8M€ para 2023 foi aprovado esta segunda-feira com os votos contra do PSD por considerar o mesmo “omisso” a medidas que mitiguem a “forte redução” do poder de compra.
Falando no “maior orçamento de sempre” em Vila nova de Gaia, no distrito do Porto, o presidente do município, Eduardo Vítor Rodrigues, apontou o “caráter de inovação social” das políticas adotadas, realçando que não há aumento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), nem da água.
Lembrando a “situação tranquila” nas contas da câmara, o autarca classificou o documento de “equilibrado e arrojado”.
“O documento apresentado à câmara, pese embora as medidas de apoio social previstas, é omisso em relação a qualquer medida conducente à mitigação dos efeitos da drástica redução da atividade económica e do poder de compra”, afirmou, por sua vez, o social-democrata Cancela Moura.
Pelo contrário, acrescentou, o plano “está desenhado como se estivéssemos num período de franco desenvolvimento económico e social”.
O orçamento da Câmara de Vila Nova de Gaia para 2023 é de 296,8 milhões de euros, tendo um aumento de 56 milhões de euros.
Em 2023, os objetivos com maior peso são a Ação Social que soma um investimento de 69 milhões de euros e engloba a aquisição de habitações e a reabilitação de frações/prédios habitacionais.
Já a rubrica administração geral tem inscritos 30 milhões de euros, encontrando-se aqui integradas as despesas inerentes ao funcionamento, modernização e equipamento dos serviços.
Cancela Moura entendeu que o orçamento “em linha com todos os anteriores” não só mantém, como consegue “agravar ainda mais a imprudência” a propósito das opções de crescimento da despesa sem retorno “visível e prático” para os gaienses.
“Pese embora o aumento considerável da receita, a câmara optou, a nosso ver erradamente, por não desagravar a carga fiscal sobre as famílias e sobre as empresas, como acontece em muitos outros municípios”, disse.
O social-democrata referiu que as famílias vão confrontar-se no próximo ano com “dificuldades extremas” devido à “forte redução” do poder de compra, situação que deveria “orientar as opções” do orçamento municipal.
O que, na sua opinião, “não acontece de todo”.
Além disso, o vereador do PSD considerou que o orçamento persiste “como os anteriores no erro” de não reduzir a carga fiscal, apesar de haver “margem para tanto”.
“O aumento do custo de vida e a inflação, no próximo ano, vão construir um encargo acrescido e a câmara deveria dar um sinal para mitigar o efeito negativo desse crescimento extraordinário no rendimento líquido das famílias”, vincou.