O que se passa com as 'Big Tech'? Mais uma onda de despedimentos nas tecnológicas

O que se passa com as 'Big Tech'? Mais uma onda de despedimentos nas tecnológicas
| Economia
Porto Canal

Desde o início de novembro, já foram despedidos mais de 45 mil funcionários no setor das tecnológicas nos Estados Unidos: houve rescisões de contratos nas gigantes Amazon, Twitter, HP e Facebook. Em todo o mundo, as estimativas mais conservadoras apontam para os 120 mil funcionários demitidos

“A inflação e as taxas de juros altas reduziram os gastos dos consumidores e das empresas”, esta parece ser, para já, a explicação oficial do Vale do Silício. As elevadas perdas de receitas, a guerra na Ucrânia, a falta de materiais que vinham da Rússia, mas também da China, Taiwan e Indonésia, altamente afetados pelas políticas de covid zero – tudo se conjuga na tempestade perfeita.

A plataforma Layoffs.fyi - que monitoriza os despedimentos nas tecnológicas desde a pandemia de covid-19 - indicava nesta quarta-feira que, desde o início do ano, 850 empresas tinham já comunicado a saída de 136.989 pessoas, citava o Jornal de Negócios. No pódio de despedimentos, a Meta lidera: a casa-mãe do Facebook vai mandar embora 11 mil empregados, o correspondente a 13% da força de trabalho. Logo atrás está a Amazon, com 10 mil despedimentos. No terceiro lugar aparece a Booking, que anunciou a saída de 4.375 pessoas.

As vagas de despedimentos em empresas "tech" têm picos, com o ano de 2009 a ser um dos mais agressivos desde que há registos, com a estimativa de mais de 174.000 pessoas afetadas, mas o final de 2022 e início de 2023 vai ser um concorrente forte desse ano “maldito”.

Há um erro que começa a ser admitido, cada vez mais vocalmente: a elevada contratação dos últimos anos, que “inchou” as tecnológicas.

Os anos de pandemia da covid-19 foram dos mais lucrativos para a Amazon, com os consumidores a aumentarem as compras online, mas houve uma regressão à média nos últimos meses – o crescimento da Amazon desacelerou para a taxa mais baixa em duas décadas. Nos últimos dois anos, a multinacional duplicou o número de funcionários, agora tem de despedir.

“Quando os tempos estão favoráveis, temos excessos, e excessos levam a supercontratação e otimismo”, disse Josh Wolfe, investidor da Lux Capital, ao New York Times, citado pela RTP. “A desaceleração macroeconómica, o aumento da concorrência e a perda de anúncios fizeram com que as nossas receitas fossem muito inferiores ao que eu esperava”, concorda Mark Zuckerberg.

O crescimento de novas plataformas, como o TikTok, que roubam receitas às veteranas do digital, é outro dos grandes fatores por detrás do atual paradigma. Isso e a diminuição da aposta de muitas empresas na publicidade online são outras razões para o crash atual, avança o Público. Ao todo, vê-se uma redução de 115% nos lucros numa base homóloga face a 2021.

As tecnológicas vão recuperar, esse parece ser um vaticínio partilhado por quase todos os especialistas. Mas enquanto a inflação continuar elevada, a guerra no leste europeu consumir recursos e a China insistir na luta contra a pandemia, todo o processo vai ficar atrasado. E, pelo menos 120 mil pessoas, vão continuar à espera de emprego.

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