Arranjo urbanístico da Avenida da Boavista atrasou 'metrobus', acusa presidente da Metro do Porto

Arranjo urbanístico da Avenida da Boavista atrasou 'metrobus', acusa presidente da Metro do Porto
| Porto
Porto Canal / Agências

O arranjo urbanístico previsto para a Avenida da Boavista, no Porto, no âmbito do projeto do 'metrobus', atrasou o arranque desta empreitada, disse esta quarta-feira à Lusa presidente da Metro do Porto, que garantiu faseamento na obra.

Questionado sobre se no arranjo urbanístico proposto para a Avenida da Boavista esta ficará toda uniforme, ao contrário do que acontece atualmente, Tiago Braga disse que a pergunta respondia ao motivo do "atraso" verificado no arranque da empreitada.

Anteriormente, a Lusa tinha questionado o presidente da Metro acerca dos prazos dados como previstos para o arranque da empreitada ou da montagem do estaleiro para a construção do BRT (Bus Rapid Transit, vulgo 'metrobus'), que já foram julho, agosto ou outubro.

Tiago Braga disse que tal demora "também é" por causa do arranjo urbanístico para a Avenida da Boavista, que está a ser desenhado pelos projetistas da Metro do Porto "com os técnicos da Câmara Municipal".

Em causa está o serviço de BRT, um autocarro a hidrogénio que circulará na Avenida da Boavista (em canal dedicado) e na Marechal Gomes da Costa (sem canal dedicado), unindo a Casa da Música à Praça do Império e à rotunda da Anémona.

"Do ponto de vista da linguagem [urbanística], há a intenção clara de ter a uniformidade ao longo do perfil todo da Avenida da Boavista", assegurou.

Dizendo, agora, que a intenção da Metro é "arrancar até ao final do ano" com a empreitada, Tiago Braga descartou que os sucessivos atrasos no lançamento sejam "sinónimo de incompetência" de quem está com o projeto.

"Um projeto desta dimensão obriga a um conjunto de interações muito significativo", com "um conjunto de entidades", havendo a "necessidade de articular algumas soluções no sentido de responder melhor a esta relação" do novo meio de transporte com a cidade.

Em causa estão, por exemplo, "as dimensões funcionais, de serviço pré-existente", ou os cenários "de micromobilidade e de simulações" que a Metro teve de fazer "para testar todas as soluções" e chegar ao produto final.

Já sobre as obras propriamente ditas, o responsável da Metro do Porto disse que "haverá um faseamento construtivo".

"Numa parte da avenida vamos ter de fazer desvios de redes. Há redes que hoje estão colocadas ao centro da Avenida da Boavista e como o BRT, em termos de serviço, procura replicar o modelo de Metro, - frequência, regularidade e pontualidade - nós não queremos, sempre que haja uma avaria numa válvula de um ramal de água ou gás, que se corte o serviço para ir mexer", explicou.

Em termos de empreitada, haverá uma "mobilização parcial" quanto às zonas, esperando Tiago Braga que "não tenha passado pela cabeça de ninguém" que seriam ocupadas toda a Avenida da Boavista, a Praça do Império, ou a Praça Cidade de Salvador (Anémona).

"Isto tem um faseamento em que vamos avançando por tramos, no sentido de que a disrupção no funcionamento da avenida seja o menor possível, sabendo-se que vamos ter que ocupar para fazer a intervenção", assegurou.

O investimento no BRT é totalmente financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e chega aos 66 milhões de euros, valores sem IVA.

Estão previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e na secção até Matosinhos adicionam-se Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo, e Praça Cidade do Salvador (Anémona).

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