João Pinheiro desmente Nuno Cabral e confirma em tribunal autoria dos e-mails
Porto Canal
João Pinheiro está na manhã desta terça-feira a responder na qualidade de testemunha, no âmbito do processo relativo à divulgação dos e-mails no Porto Canal, em que são arguidos Francisco J. Marques, Diogo Faria e Júlio Magalhães. O árbitro confirmou a autoria dos e-mails revelados e que constam no processo.
A 25 de outubro de 2022, o antigo delegado da Liga Nuno Cabral garantiu que não participou na troca de e-mails com o árbitro João Pinheiro e que fazem parte da acusação pública. Nesse sentido, a convocação de Pinheiro enquanto testemunha foi considerada indispensável pelo Tribunal. O requerimento apresentado por Nuno Brandão e deferido pelo coletivo de juízes refere que a audição do árbitro João Pinheiro “é fundamental para a descoberta da verdade material.”
Na sessão do julgamento que está a decorrer na manhã desta terça-feira, João Pinheiro confirmou conhecer Nuno Cabral há cerca de doze anos, “desde que é árbitro da terceira divisão nacional.” O árbitro desmentiu o antigo delegado da Liga e confirmou que os e-mails foram efectivamente enviados por si.
Em 2017, Francisco J. Marques revelou que João Pinheiro terá recorrido a Nuno Cabral com o intuito de obter o auxílio de Paulo Gonçalves, então diretor jurídico do Benfica, para rever a classificação de um jogo que opôs Moreirense a Belenenses.
Sob o pseudónimo Eva Mendes, Nuno Cabral terá atuado como intermediário entre os árbitros e o Benfica.
Outro dos casos polémicos que envolveu Nuno Cabral é o do envio de informação interna sobre os estágios dos árbitros. Segundo os e-mails revelados à data pela imprensa desportiva, o antigo delegado da Liga reencaminhava e-mails provenientes de um misterioso "João Viatodos", que seria a origem da fuga de informação. João Pinheiro confirmou na manhã desta terça-feira ser o autor desses e-mails.