Metro do Porto garante hierarquizar os atrasos nas obras por zonas

Metro do Porto garante hierarquizar os atrasos nas obras por zonas
| Porto
Porto Canal / Agências

O presidente da Metro do Porto garantiu esta segunda-feira que a empresa hierarquiza os atrasos que sucedem nas obras em função das diferentes zonas de empreitada, não comentando as preocupações manifestadas pelo presidente da Câmara quanto à Linha Rosa.

"Sim, nós hierarquizamos, ponto. Sim. Que não haja nenhuma dúvida, nós hierarquizamos e temos essa preocupação", disse Tiago Braga em resposta ao deputado do movimento independente “Aqui Há Porto” José Maria Montenegro, que o tinha questionado sobre se hierarquizava, por ordem de importância, os atrasos nas obras em função da prioridade das várias frentes.

Tiago Braga falava esta segunda-feira numa reunião da Assembleia Municipal do Porto solicitada para abordar o "processo de construção da Linha Rubi", cujo projeto se encontra em fase de consulta pública até quinta-feira.

A sessão ficou marcada pela sucessiva tentativa de vários deputados obterem uma reação ao ofício que o presidente da Câmara Municipal, Rui Moreira, enviou a Tiago Braga na quinta-feira, em que manifestava preocupações acerca de atrasos nas obras da Linha Rosa (São Bento - Casa da Música), já em curso.

No ofício, o autarca independente manifestou a sua preocupação com “o impacto profundamente negativo gerado pela empreitada de construção da nova linha do metro”. Num documento elaborado pelos serviços da Câmara acerca dosa atrasos, constata-se que "praticamente todas as frentes de obra apresentam excessivos atrasos”, assegura Rui Moreira, acrescentando que na frente de obra da Casa da Música (nos cais da Linha Rosa e da Linha Rubi) “existe um atraso de 215 dias” e na Galiza, onde vai ser construída uma nova estação, um atraso de “275 dias”.

Na construção da nova estação do Hospital Santo António o “atraso é de 92 dias” e da nova estação da Praça da Liberdade (ligação Largo dos Loios e estação de S. Bento) verifica-se um atraso de “120 dias”, elenca Rui Moreira. Porém, esta segunda-feira, Tiago Braga disse aos deputados que responderia primeiro ao presidente da Câmara do Porto por escrito, preferindo centrar-se no "objeto do convite" do presidente da Assembleia Municipal, Sebastião Feyo de Azevedo, para a sessão de hoje.

No final, Rui Moreira disse compreender a posição de Tiago Braga ao não responder, mas não deixou de reforçar a sua preocupação quanto às obras do metro. "O que nos preocupa é que a cidade possa atingir um nível de disrupção intolerável", reiterou, dizendo que há "alguns atrasos que são ponderáveis e outros que são imponderáveis", lembrando também que ainda estão por iniciar as obras da Linha Rubi e do BRT [vulgo Metrobus] da Boavista.

Rui Moreira reconheceu que o projeto da Linha Rosa é "difícil" e "tem um enorme impacto na cidade", e lembrou atrasos em projetos na cidade, como o da Casa da Música.

No ofício de quinta-feira, Rui Moreira lembrou que devido à “duração e dimensão” da obra foi criado um grupo de trabalho - constituído pelos serviços da Câmara do Porto, da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) Serviços, da Metro do Porto, do empreiteiro e da entidade fiscalizadora – afirmando que o município ficou “desprovido de qualquer informação sobre o andamento da empreitada”, porque as reuniões foram "canceladas" pela Metro.

A Linha Rosa consistirá no percurso entre São Bento e Casa da Música, com estações intermédias no Hospital de Santo António e Praça da Galiza, e o presidente da Metro assumiu ter o objetivo de ter a linha rosa a funcionar no primeiro trimestre de 2025, depois de concluídas as obras em dezembro de 2024.

As obras de prolongamento da Linha Amarela (em Vila Nova de Gaia) e a construção da Linha Rosa representam no total um acréscimo de seis quilómetros e sete estações à rede de metro do Porto e um investimento total superior a 400 milhões de euros.

As obras de expansão da rede vão sofrer um aumento de custos que serão suportados pelo Governo, “no limite”, através do Orçamento do Estado, revelou o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, a 8 de setembro.

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