Os tripulantes da TAP podem ganhar até mais 50% do que os colegas da British Airways, mesmo com os cortes salariais. Segundo as conclusões de uma comparação feita pelo jornal ‘ECO’, os tripulantes da companhia aérea britânica fazem mais horas de voo. Segundo o estudo, um comissário de bordo pode conseguir “uma remuneração total 30% superior à de um tripulante de cabine da British Airways”, visto que com as atuais condições salariais vigentes na TAP, aplica um corte de 25% aos vencimentos superiores a 1410 euros.

Relativamente à diferença com o cargo do último nível da carreira, uma remuneração total, incluindo as componente fixa e variável, “pode ser superior a 50% ao salário máximo da carreira de tripulante na British Airways”.

No entanto, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil referiu num comunicado divulgado que “70% dos tripulantes de cabine auferem um rendimento médio de 1.303 euros brutos e mais de 1.000 recebem um valor abaixo dos 1000 euros brutos. Destes 1.000 tripulantes, cerca de 500, recebem como vencimento fixo pouco mais do que o ordenado mínimo nacional”. Dessa forma, o sindicato adiantou que este estudo (do jornal ‘ECO’) "apresenta valores falsos e inflaciona escandalosamente o valor que o tripulante verdadeiramente recebe ao fim de um mês de trabalho”.

Na resposta ao estudo do jornal, o sindicato acrescentou ainda que “os vencimentos apresentados são referentes ao escalão mais elevado na carreira de um tripulante da TAP, em que a média de tempo de carreira é superior a 30 anos, e abrange apenas 5% do total dos tripulantes“.

O estudo analisa ainda a questão das horas de voo na companhia aérea portuguesa. Os tripulantes da TAP voam, em média, 600 horas por ano, enquanto que na British Airways os valores de referência são de 800 a 900 horas.

Uma fonte oficial do sindicato esclareceu ao jornal ‘ECO’ que “um tripulante da TAP tem menos dois dias de folga por mês e mais 45 minutos de voo por dia”. “Este estudo serve apenas para ser utilizado junto da comunicação social para tentar provocar sentimento de inveja social junto da opinião pública e um sentimento anti-tripulantes na opinião publicada”, acrescentou a mesmo fonte.