Menos folgas e fins de semana, mais instabilidade e burocracias. Conheça os motivos que levaram os tripulantes da TAP a marcar mais uma greve

Menos folgas e fins de semana, mais instabilidade e burocracias. Conheça os motivos que levaram os tripulantes da TAP a marcar mais uma greve
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Porto Canal

São quase duas dezenas de alterações que a TAP impôs ao pessoal de bordo. O Porto Canal teve acesso exclusivo à lista detalhada das mudanças que a companhia área quer implementar, que inclui a diminuição do número de folgas e a limitação dos fins de semana livres para apenas dois a cada dois meses.

Além disso, para quem tenha filhos vai ser ainda mais difícil continuar a trabalhar na TAP. A companhia volta a exigir que as licenças de parentalidade tenham dias mínimos e que deixe de haver a possibilidade de os pais trabalharem em terra quando os filhos estão doentes. Para as mães que estejam a amamentar continua a ser permitido o trabalho nas bases terrestres, mas sem possibilidade de escolher o local ou a função. Também as grávidas deverão ter menos benefícios. A TAP quer reverter a política atual que permite que as trabalhadoras sejam dispensadas, sem diminuição de retribuição durante o período de gravidez, e até 3 meses após o parto.

Contactado pelo Porto Canal, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil confirma que na proposta da TAP é ainda sugerido que o contacto com os tripulantes deixe de ter limitações. Ou seja, mesmo que os funcionários estejam de folga ou de férias podem ser contactados para assumirem lugares em falta nas escalas de voo.

Na lista de alterações estão ainda punições para quem falte, mesmo que justificadamente, e a possibilidade de os funcionários terem que prestar assistência noutros locais que não a sua base. Além disso, recém-contratados na companhia aérea não poderão escolher um local fixo para trabalhar e quem já esteja na empresa só pode pedir uma revisão de base depois de 18 meses.

No que toca a remunerações, a retribuição deverá passar a ser feita apenas por duas componentes: vencimento base e senioridade na empresa. Tudo o resto contará como completo. Já quanto à duração dos contratos, a empresa propõe basear a escolha para contratos a termo ou sem ele no processo individual de cada trabalhador, nomeadamente no absentismo e na produtividade.

Ao Porto Canal, o Sindicato explica que “com as alterações a serem feitas, um tripulante perde, em média, 500 euros por mês”.

No que diz respeito aos tempos máximos de trabalho e de repouso, a TAP quer que sejam definidos pelas grelhas de limitação de tempo de voo (flight time limitation).

O pré-aviso de greve para os próximos dias 8 e 9 de novembro foi aprovado, esta quinta-feira, em assembleia geral do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC). Apesar disso, a estrutura garante que vai reunir novamente um ou dois dias antes para avaliar o andamento das negociações com a administração da companhia aérea.

Ao Porto Canal, o Sindicato explica que a greve convocada para os dias 8 e 9 de dezembro, não se resume a estas alterações apresentadas pela TAP, mas sim a “uma “série de atropelos” que a companhia tem feito, reiterando que a empresa “tem feito bullying de forma diária” aos trabalhadores.

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