Desporto no Bairro pôs quase mil crianças do Porto a praticar desportos olímpicos

Desporto no Bairro pôs quase mil crianças do Porto a praticar desportos olímpicos
| Porto
Porto Canal / Agências

O projeto de inclusão Desporto no Bairro juntou, este ano, quase mil crianças de 17 bairros do Porto a praticar as atividades olímpicas de breaking, surf, skate e street basket.

O Desporto no Bairro” arrancou durante a pandemia, em 2020, e este ano reuniu quase um milhar de crianças e jovens de 17 bairros do Porto - Lagarteiro, Cerco, Pasteleira, Pinheiro Torres, Fonte da Moura, Aldoar, Ramalde do Meio, Viso, Francos, Central de Francos, Contumil, Pio XII, Agra do Amial, S. Tomé, Fontainhas, Miragaia e Sé – na prática de quatro modalidades olímpicas com a missão de lutar pela inclusão, explicou o coordenador do projeto, Max Oliveira.

Em entrevista à agência Lusa, Max Oliveira, bailarino, coreógrafo, fundador da Momentum Crew, o primeiro grupo profissional de dança urbana em Portugal, assume que “basta mudar uma vida para valer a pena o projeto” e explica que o Desporto no Bairro, um projeto apoiado pela Câmara do Porto, funciona para a inclusão e para "combater o 'bullying’, descriminação social, a misoginia instalada e toda uma série de preconceitos”, porque o projeto “cria experiências de vida” e pode mesmo “mudar vidas” de muitos meninos e meninas que vivem em bairros do Porto.

Este ano, o Desporto no Bairro levou quatro modalidades olímpicas - breaking, skate, surf e, pela primeira vez, o street basket - a 17 bairros do Porto, colocando crianças e jovens entre os “6 e os 22 anos” a praticar aqueles desportos da família olímpica.

“Esta iniciativa marca a diferença pela parte inclusiva e eu acho que é extremamente importante para eles, porque são muitos os jovens que nunca tiveram acesso a estes tipo de modalidades e muitos deles nem veem como um possível caminho, porque não conhecem. É a velha história de que muitas vezes, aos caminhos alternativos, não lhes é dada importância e às vezes (…) são uma solução para uma vida digna para muitos deles”, observa Max Oliveira.

O espetáculo final da terceira edição do programa municipal Desporto no Bairro aconteceu quinta-feira à noite no Pavilhão Rosa Mota, e juntou em palco dezenas de crianças e jovens que mostraram as várias modalidades e práticas, como o beatbox, breaking, street basket, skate dance e coreografias com pranchas de surf.

O Desporto no Bairro começou por oferecer apenas aulas de breaking em quatro polos que abrangiam oito bairros sociais do Porto - Aldoar, Fonte da Moura, Viso, Ramalde, Cerco, Lagarteiro, Pasteleira e Pinheiro Torres - em que participaram cerca de 600 jovens. Nessa primeira edição, a modalidade de breaking tinha acabado de obter a confirmação para participar no programa dos Jogos Olímpicos em 2024 em Paris.

Na segunda edição, as modalidades passaram a ser três (breaking surf e skate), os bairros englobados subiram para 14 e participaram um total de 800 jovens.

Max Oliveira revela que ao longo do projeto o que mais sentiu foi a "gratidão" que todas as crianças e jovens revelam ao poderem participar no Desporto do Bairro.

"Aquilo que eu sinto, claramente, da grande maioria, é que estão agradecidos (…). Eles são realmente agradecidos. Agradecem a oportunidade, agradecem a partilha e além disso demonstram muito carinho e muito afeto. Eu costumo dizer que das melhores coisas que tenho com estes jovens é que cada vez que eu entro num bairro da cidade do Porto, mal me veem vêm a correr, chamam-me e dão-me um abraço. Isso é algo que se conquista. Não se impõe", conta Max Oliveira, que muitas vezes confessa que se sente não só professor, mas também "amigo", "psicólogo", "mentor", "líder", "exemplo" para esta comunidade e para os caminhos profissionais que possam vir a ter.

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