Estado reduz participação no Banif para 87%
Porto Canal / Agências
Lisboa, 01 jul (Lusa) - O Estado reduziu a sua participação no Banif para 86,881%, na sequência do aumento do capital social para 1.370 milhões de euros, concretizado no final de junho, informou o banco à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários.
Este acionista passa assim a deter 70.000.000.000 ações, correspondentes a 81% dos direitos de voto, segundo informação publicada hoje pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) no seu sítio na Internet.
O acionista Herança Indivisa de Horácio da Silva Roque, que controla várias empresas do falecido fundador do banco, passou a deter uma participação qualificada superior a 5%, sendo decisiva a tomada de participação de 9,309% da Açoreana Seguros SA, que adquiriu 7.500.000.000 ações no âmbito deste aumento de capital.
A Auto-Industrial Investimentos e Participações aumentou a sua participação para 3,198%, detendo 4,677% dos direitos de voto.
Os acionistas de referência - a Auto-Industrial e a Rentipar Financeira, a 'holding' detida pelas filhas do fundador do banco, Horácio Roque - recuperaram assim 13% do capital do banco.
No passado dia 26 de junho, o Banif aumentou o capital social em 100 milhões de euros, numa operação subscrita pelos principais acionistas, adiando para os próximos meses a restante injeção de capital que levará o Estado a deixar de ter o controlo do banco.
As ações foram subscritas a um cêntimo pelos acionistas de referência.
Em janeiro, o Banif recebeu 1.100 milhões de euros de dinheiros públicos no âmbito de um processo de recapitalização, o que deixou o Estado com o controlo de mais de 90% da instituição. Em contrapartida, ficou obrigado a realizar um aumento de capital de 450 milhões de euros para que o controlo do banco regressasse a mãos de investidores privados.
O banco também se comprometeu a devolver ao Estado 150 milhões de euros do financiamento público que obteve através das 'CoCo bonds' (instrumentos de dívida convertíveis em ações).
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