Centeno apela a “utilização efetiva e eficaz dos fundos do PRR"
Porto Canal
O Banco de Portugal aponta a uma "perda acumulada de termos de troca da economia" e salienta a necessidade de aceleração do investimento proveniente da bazuca europeia.
Ainflação deste ano deverá rondar uma média de 7,8%, revelou esta quinta-feira, o Banco de Portugal (BdP), naquela que é a estimativa mais elevada feita até agora pelas principais instituições que seguem a economia portuguesa. Em junho, o BdP dizia cerca de 5,9%.
O crescimento estimado para 2022 também foi revisto em alta ligeira, de 6,3% para 6,7%, mas a economia deve sofrer a sério no ano que vem, quando os efeitos da atual crise atingirem com máxima força as famílias e as empresas em Portugal. Dados que refletem a situação de aperto que vive a economia nacional.
“A perda acumulada de termos de troca da economia portuguesa em 2021 e 2022 não tem precedente desde a adoção do euro”, salienta a instituição bancária liderada por Mário Centeno no Boletim Económico de outono.
A forma de contornar o cenário de aflição que tanto empresas como famílias têm vivido e irão continuar a sentir passará por uma “urgente” promoção da “utilização efetiva e eficaz dos fundos do PRR e acelerar a prossecução das reformas no seu âmbito”, destaca o Banco de Portugal.
Assim, a instituição defende que o apoio às famílias e empresas tem de ser realizado com prudência e que quaisquer medidas aplicadas sejam colocadas em prática em coordenação com políticas europeias.
Assim, o boletim do Banco de Portugal sublinha que a “a política orçamental deverá atender ao facto de os choques sobre os preços não afetarem da mesma forma todas as famílias ou empresas/setores de atividade” e que “medidas temporárias e específicas para amortecer o seu impacto sobre os segmentos mais vulneráveis poderão ser necessárias, em particular numa inversão do ciclo económico.”
Fonte: Banco de Portugal