Ministros do euro em reunião extraordinária na 5.ª feira para discutir nomeação para MEE

| Economia
Porto Canal / Agências

Os ministros das Finanças da zona euro vão reunir-se num encontro extraordinário na quinta-feira para discutir a nomeação do próximo diretor executivo do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), anunciou hoje o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe.

"Iniciámos o processo de seleção para um novo diretor executivo com quatro excelentes candidatos, mas nenhum deles conseguiu atingir o limiar muito elevado de 80% dos votos expressos, pelo que [...] irei convocar uma reunião do Conselho de Governadores para esta quinta-feira para fornecer uma nova atualização sobre este processo", declarou Paschal Donohoe, em conferência de imprensa após a reunião do Eurogrupo, no Luxemburgo.

A posição surge após Paschal Donohoe ter retomado as consultas para encontrar um novo diretor executivo do MEE, depois de Portugal e Luxemburgo terem retirado as suas candidaturas, sendo que o candidato português era o ex-ministro das Finanças João Leão.

O anúncio surge também dias antes de o atual diretor executivo do MEE, Klaus Regling, terminar o segundo mandato à frente da instituição, na próxima sexta-feira.

"A minha única preocupação é encontrar um substituto para o Klaus e assegurar que temos um diretor executivo que possa continuar com o funcionamento de uma instituição económica profundamente importante da zona euro", apontou Paschal Donohoe, vincando estar comprometido a "supervisionar este processo e a apresentar um candidato de compromisso".

Já Klaus Regling, que participou pela última vez nesta reunião do Eurogrupo, disse estar "confiante de que em breve haverá um novo diretor executivo".

"Não posso dizer exatamente quando, mas sei que o presidente [do Eurogrupo, Paschal Donohoe] está a trabalhar arduamente nesse sentido. Infelizmente, o limiar é muito elevado [...] pelo que, se for necessário, há a opção de nomear um diretor executivo interino porque, por razões legais, é muito importante ter alguém como líder do MEE que tenha autoridade para tratar de todas as transações financeiras".

Em causa está "muito dinheiro em nome dos Estados-membros", realçou Klaus Regling, falando em 300 mil milhões em empréstimos pendentes, em 300 mil milhões de euros em obrigações detidas por investidores internacionais e em 80 mil milhões de euros em capital.

"Tudo isto é gerido pelo pessoal do MEE e deve ser gerido de uma forma juridicamente sólida, que requer um diretor executivo que tenha a sua autoridade do Conselho de Governadores, pelo que tenho a certeza de que encontraremos uma solução para isso, mas posso assegurar a todos que o Mecanismo está hoje em pleno funcionamento", adiantou o ainda responsável pelo fundo de resgate da zona euro.

Há duas semanas, o Governo português anunciou que retirou a candidatura do ex-ministro das Finanças João Leão ao cargo de diretor executivo do MEE, num acordo com o Luxemburgo, que também abdicou do seu candidato, Pierre Gramegna.

O alemão Klaus Regling, que é diretor executivo do Mecanismo desde a criação da instituição, em 2012, termina o seu mandato a 07 de outubro, pelo que a sucessão no MEE deverá acontecer a partir de 08 de outubro.

A decisão sobre a sua sucessão é tomada pelos ministros das Finanças do euro, numa votação feita por maioria qualificada, ou seja, 80% dos votos expressos, sendo que os direitos de voto são iguais ao número de ações atribuídas a cada país membro do MEE no capital social autorizado.

O Conselho de Governadores do MEE é o órgão máximo de tomada de decisões do organismo que é composto por representantes governamentais de cada um dos 19 acionistas do mecanismo, os países do euro, com a pasta das Finanças. Portugal está representado pelo ministro da tutela, Fernando Medina.

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