Autarca de Gaia não vê "problema" que nova ponte sobre o Douro tenha dois tabuleiros

| Norte
Porto Canal/ Agências

O presidente da Câmara de Gaia disse esta sexta-feira não ver "como nenhum problema" que a nova travessia sobre o rio Douro passe a ter dois tabuleiros, adiantando que até ao final de outubro a decisão deverá estar "fechada".

"Não vou esconder que, desde que fique salvaguardada pela importância que tem, a travessia rodoviária, não vejo como nenhum problema a ponte com duplo tabuleiro", afirmou o presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, à margem da reunião do Conselho Metropolitano do Porto.

Em declarações aos jornalistas, Eduardo Vítor Rodrigues salientou que a ponte D. António Francisco dos Santos não foi idealizada como uma "apoteose" dos municípios do Porto e de Gaia, mas que ambos consideram que a infraestrutura "faz muita falta", tanto na zona de Campanhã (Porto) como nas zonas de Santa Marinha e Oliveira do Douro (Gaia).

"Para nós [presidentes de câmara], se isso for cumprido está bem", disse o autarca socialista, lembrando que caso a nova ponte pensada para a alta velocidade venha a ter dois tabuleiros - um rodoviário e outro ferroviário - que se deverá salvaguardar a denominação da ponte, intitulada D. António Francisco dos Santos, em homenagem ao antigo bispo do Porto.

Questionado sobre quais seriam os investimentos que cada um dos municípios acarretará se a solução da ponte com dupla utilização avançar, o presidente da Câmara de Gaia disse que a "obra de arte", isto é, a travessia, será "integralmente da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP)", cabendo aos municípios garantir o "acesso rodoviário à infraestrutura".

Eduardo Vítor Rodrigues adiantou, no entanto, que o assunto não "está fechado" e que o compromisso estabelecido com o primeiro-ministro, António Costa, e com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, é encerrá-lo "nas próximas semanas".

"Não depende de vontade política, nem de lógicas pessoalistas, depende de critérios técnicos de adequação ao território e inserção urbana. Esse assunto está a ser trabalho com as equipas de Gaia e do Porto, e acredito que até ao fim do mês de outubro teremos uma solução definitiva que corresponderá ao superior interesse dos municípios e não a outro critério", acrescentou.

Quanto a eventuais indemnizações que os dois municípios terão de pagar aos sete candidatos admitidos no concurso de construção e conceção da ponte D. António Francisco dos Santos, Eduardo Vítor Rodrigues destacou que o modelo idealizado "não é absolutamente rígido" e que, por essa razão, poderá "compatibilizar-se".

"As consequências de tudo isto, a haver, terão de ser assumidas pelos municípios porque somos pessoas de bem e tínhamos um grande objetivo, que vai ser cumprido de outra forma. As consequências são produto de termos andado bem e de forma rápida", acrescentou.

Na quarta-feira, a IP avançou que a construção de uma única nova ponte rodoviária e ferroviária sobre o rio Douro é uma solução cuja “viabilidade técnica” está “comprovada”, mas a decisão caberá aos autarcas e à tutela.

“Do ponto de vista financeiro é muito mais barato fazer uma ponte do que duas pontes [sobre o rio Douro, ligando o Porto e Gaia]. A viabilidade técnica da fusão das duas pontes está comprovada. Esta é uma solução totalmente viabilizada. Será uma decisão dos senhores autarcas [do Porto e de Vila Nova de Gaia] e do senhor ministro [das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos]”, disse Carlos Fernandes, do conselho de administração da IP.

Na segunda-feira, o presidente da Câmara do Porto disse fazer “mais sentido para o interesse público” que as novas pontes rodoviária e ferroviária no rio Douro culminem numa “ponte com dupla utilização”, aguardando, no entanto, o anúncio do primeiro-ministro.

"Vamos ver o que nos vai ser apresentado esta quarta-feira. O primeiro-ministro e o ministro das Infraestruturas vêm cá [ao Porto] (…). Vamos ver, se de facto houver a possibilidade de construir uma ponte de dupla utilização provavelmente faz mais sentido para o interesse público”, afirmou Rui Moreira, à margem da reunião do executivo.

O Jornal de Notícias avançou na segunda-feira que em vez de duas novas pontes sobre o rio Douro, a solução que está a ser negociada entre a Câmara do Porto, Câmara de Gaia e a Infraestruturas de Portugal (IP) passa por “apenas uma ponte com dois tabuleiros: um para o comboio de alta velocidade e outro rodoviário”.

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