Ventura diz que relações entre Chega e PSD estão “muito mornas”

Ventura diz que relações entre Chega e PSD estão “muito mornas”
| Política
Porto Canal/ Agências

O presidente do Chega, André Ventura, considerou esta segunda-feira que as relações entre o seu partido e o PSD estão “muito mornas” e instou os sociais-democratas a mostrarem sinais de aproximação.

“Como é que estão as relações neste momento, numa escala de temperatura eu diria que estão muito mornas, mas é assim o nosso sistema e é provavelmente assim que vão continuar enquanto o PSD não der sinais de que se quer desamarrar do PS e quer aproximar-se da direita verdadeiramente”, afirmou o líder do Chega em conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa.

André Ventura considerou que as eleições legislativas de Itália mostraram a necessidade de a direita ter “um novo quadro de diálogo” para ganhar eleições e defendeu que “a direita vence quando é capaz de quebrar barreiras, mesmo com as divergências, e assumir desafios comuns”.

“Temos de ser capazes de superar cordões sanitários ou falsos moralismos para conseguir enfrentar a máquina que é neste momento o Partido Socialista”, apontou.

Partindo do exemplo das eleições italianas que, de acordo com resultados parciais, foram vencidas pela coligação liderada pelo partido de extrema-direita Fratelli d'Italia (Irmãos de Itália), de Giorgia Meloni, André Ventura defendeu que “os Fratelli d’Italia, a Liga e o Força Itália são completamente diferentes sobre imigração, sobre minorias, sobre projeto económico de crescimento, sobre fiscalidade, sobre direitos sociais, mas conseguiram ter um projeto de candidatura comum”.

“Se eles conseguiram, porque é que nós não conseguimos? Esse é que é o desafio que está em cima da mesa”, salientou, defendendo que Chega, PSD e IL devem ter presente que “só num quadro institucional comum, mesmo assumindo diferenças, só num quadro de concorrência comum” conseguirão “derrubar o PS”.

André Ventura considerou que o PSD deu “um sinal positivo ao apelar ao voto no candidato do Chega” a vice-presidente da Assembleia da República, mas defendeu que “há uma série de outras coisas que têm que mudar”, não só “no comportamento do PSD na Assembleia da República, como a nível da proximidade”.

E deu como exemplo que “na próxima semana” será apresentado o projeto de revisão constitucional do Chega, indicado que esse será um assunto a abordar com o líder do PSD.

O líder do Chega apontou que o líder do PSD, Luís Montenegro, “deu um sinal no congresso de que queria o PSD mais perto da direita e não do PS”, mas salientou que “não basta dizer, tem que se fazer”.

“O PSD tem de dar sinais nesse sentido se queremos criar um caminho de alternativa. Se não queremos, arriscamo-nos a que isto vá continuando, que o PS vá conseguindo agregar a esquerda e que à direita isso não seja possível”, alertou.

Na quinta-feira, o presidente do Chega considerou como “um sinal de normalização” que abre perspetivas para um entendimento dos dois partidos em 2026 o apelo do líder parlamentar do PSD para o voto favorável dos seus deputados no candidato Rui Paulo Sousa para vice-presidente da Assembleia da República.

No mesmo dia, o líder do PSD recusou que essa orientação significasse qualquer "aproximação política" àquele partido, invocando a "normalidade do regime democrático".

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