O líder do PSD enviou uma carta esta quarta-feira ao primeiro-ministro, António Costa, onde apresenta a posição do partido em relação ao novo aeroporto de Lisboa.

Luís Montenegro começa a carta fazendo referência ao tempo que o novo aeroporto está na ordem de trabalhos do executivo: “anotámos que nos últimos 7 anos Vª. Exa. E o Partido Socialista dispuseram de todas as ferramentas democráticas e executivas, necessárias e suficientes, para tomarem uma decisão final no que diz respeito à localização do novo aeroporto de Lisboa”.

Na carta divulgada, Montenegro não mostra “a” solução, mas apresenta sim cinco propostas que resultaram de “um conjunto de audições a todos os setores, interessados e responsáveis neste processo”.

Dentro das propostas, o líder dos sociais-democratas reitera que o partido mostra abertura para a realização de uma avaliação ambiental estratégica no Montijo e em Alcochete, a ficar concluída no prazo máximo de um ano.

O presidente do maior partido da oposição defende ainda “obras de requalificação do aeroporto Humberto Delgado”, o aproveitamento de capacidade de outros aeroportos no Norte e no Algarve. Montenegro não descarta ainda a possibilidade de outras localizações para o novo aeroporto.

No final, Montenegro remata que “caberá agora ao Governo - que, ademais, dispõe de maioria absoluta no Parlamento - decidir o caminho metodológico a seguir, o qual terá a nossa aquiescência dentro das balizas supra enunciadas”, reiterando a disponibilidade do PSD para continuar o diálogo com António Costa.

Veja aqui as cinco conclusões apresentadas na carta do líder do PSD a António Costa:

1. Transmissão de imediato à concessionária da autorização e exigência para iniciar, desde já, as obras de requalificação do aeroporto Humberto Delgado e definição das medidas mitigadoras dos impactos das mesmas;

2. Aproveitamento e valorização da capacidade aeroportuária instalada no país, seja a dos aeroportos que servem a região Norte e Algarve, seja o aeroporto de Cascais (na área do trafego de aviação executiva e ligeira da região de Lisboa), questão ainda mais premente enquanto decorrem as obras de requalificação mencionadas;

3. Realização imediata de uma Avaliação Ambiental Estratégica sobre as localizações do Montijo, Alcochete e qualquer outra que o Governo ou a estrutura encarregue de fazer a AAE decidam fundamentada e tecnicamente [a] incluir;

4. Atribuição da condução da Avaliação Ambiental Estratégica, que deve concluir-se no prazo máximo de um ano, a personalidades de reconhecido mérito técnico, académico e científico, a indicar preferencialmente por entidades independentes ligadas à academia (nela se incluem os protocolos com universidades estrangeira , como por exemplo o MIT) e às áreas do conhecimento económico e da engenharia aeronáutica e civil,

5. Autonomização, dentro ou fora da AAE, de uma análise comparativa dos custos e prazos de execução de cada uma das localizações em estudo, aí se integrando todas as infraestruturas conexas, complementares e requeridas para o bom e integral funcionamento do novo aeroporto.