Vladimiro Feliz considera que ainda não chegou o “momento de comentar a (eventual) candidatura de Alberto Machado” à concelhia do PSD/Porto.
Porto Canal
Foi desta forma que o primeiro vereador eleito pelo partido na autarquia portuense reagiu ao ambiente que por estes dias se vive nos hostes sociais-democratas na cidade Invicta.
Contactado pelo Porto Canal, o antigo número dois de Rui Rio no executivo camarário e candidato à presidência da mesma autarquia portuense nas eleições de 2021 desmentiu a hipótese aventada de ter criado um movimento para tentar demover o ainda presidente da distrital portuense da corrida à concelhia.
E porque nos corredores do partido se fala igualmente da hipótese de Vladimiro Feliz se demitir do cargo de vereador, fica também a certeza, na primeira pessoa, de que não vai fazê-lo. Mais não disse.
Isto apesar do mau-estar confirmado por outra das vozes internas do partido que laconicamente afirmou que “a maioria dos eleitos pelo PSD no Porto não se revê na solução Alberto Machado para a concelhia do Porto”.
No entanto, “se é certo que cerca de 3/4 dos eleitos do partido para a vereação, assembleia-municipal e juntas de freguesia (com exceção da de Paranhos) se sentem incomodados com a solução Alberto Machado, os alinhamentos estratégicos estão a criar alianças improváveis até há bem pouco tempo”.
E dá como exemplo a possibilidade de o deputado Paulo Rios de Oliveira vir a ser mandatário da candidatura do atual presidente da distrital do PSD/Porto à concelhia ainda liderada por Miguel Seabra, de o ex-secretário de Estado da Juventude, Pedro Duarte, ser candidato à mesa da assembleia e o antigo ministro José Pedro Aguiar-Branco encabeçar a lista de Alberto Machado para a Assembleia Distrital. “Pessoas que até a bem pouco tempo atrás destratavam Alberto Machado!”, refere a mesma fonte que, apesar de reconhecer legitimidade a esta candidatura, entende, no entanto, não ser legítimo “que condicione o futuro político do PSD Porto e do projeto autárquico, pois estará sempre condicionado pela sua ação”. Uma ação aparentemente coarctada por ter aceitado “um convite do atual Presidente da Câmara Municipal do Porto para integrar a administração de uma empresa tutelada pela autarquia (STCP Serviços), numa área estratégica do programa eleitoral do PSD”.
Decisão essa que, segundo este membro do partido, os eleitores sociais-democratas “não vão perceber”, por, um ano depois das eleições autárquicas, verem o partido “meter na gaveta as suas bandeiras eleitorais ainda mais uma que é estrutural e tem vindo a degradar-se ao longo dos anos, a mobilidade”.
Uma indignação encerrada com a pergunta: “Como é que o PSD se vai poder demarcar ou ter um projeto alternativo quando o seu líder Concelhio e segundo vereador eleito resolveram integrar a estratégia de mobilidade que há 12 meses criticava?” Questão a que o próprio responde: “Não é sério, nem credibilizante junto dos nossos eleitores!”