Mais de 1500 operacionais no terreno para evitar reativações de incêndios na serra da Estrela e Caldas da Rainha
Porto Canal / Agências
Mais de 1500 operacionais e cinco meios aéreos continuam em operações nos incêndios da serra da Estrela e das Caldas da Rainha, atualmente em resolução, para evitarem reativações, disse a Proteção Civil no último balanço.
Segundo o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), André Fernandes, os dois incêndios mais preocupantes estão em resolução, mas nos locais mantêm-se dispositivos para evitar reativações, principalmente tendo em conta que as previsões meteorológicas para os próximos dias apontam para um aumento das temperaturas e baixa humidade.
Segundo o responsável, que falava na sede nacional da ANEPC, em Carnaxide, nos últimos quatro dias registaram-se 218 ocorrências de incêndios, das quais 50 na quarta-feira.
O incêndio que lavra na serra da Estrela há 11 dias foi dado como dominado pelas 21h30 de quarta-feira e às 12h00 desta quinta-feira permanecia em fase de resolução.
De acordo com a ANEPC, cerca das 12h00 desta quinta-feira encontravam-se ainda no local 1.090 operacionais, apoiados por cerca de 350 viaturas.
"O que está a ser feito e planeado para os próximos dias é priorizar a zona de Seixo Amarelo até Gonçalo, garantindo um rescaldo eficaz na frente virada para a Guarda, e consolidar toda a zona da Quinta da Atalaia até Teixoso no município da Covilhã", adiantou o responsável da Proteção Civil.
Quanto ao incêndio nas Caldas da Rainha, André Fernandes avançou o objetivo "para o dia de hoje de consolidação de todo o perímetro e a consolidação do flanco direito pela proximidade à Serra de Montejunto".
O incêndio nas Caldas da Rainha foi dado como dominado hoje às 4h25 e às 12h00 continuava em resolução.
Este fogo deflagrou às 13h45 de quarta-feira em Casais dos Rostos/Landal, nas Caldas da Rainha, distrito de Leiria, e alastrou ao concelho de Rio Maior, no distrito de Santarém.
Às 12h00, mantinham-se no local mais de 400 operacionais, apoiados por 166 viaturas, e três meios aéreos, segundo o ‘site’ da ANEPC.
No combate às chamas, durante a tarde de quarta-feira, registou-se a morte de um bombeiro, da corporação de Óbidos, por “doença súbita”.
Evolução da desflorestação na Serra da Estrela. Com os incêndios de 2018 desapareceu metade, e agr desaparece o que restava. pic.twitter.com/UVfGNx9edG
— João Tiago (@svitj) August 16, 2022
Estrela Geopark lança cartão para ajudar a reflorestar a Serra da Estrela
O Estrela Geopark Mundial da UNESCO anunciou, esta quinta-feira, o lançamento do cartão “Reflorestar”, com o objetivo “único” de gerar receitas para apoiar e promover ações de reflorestação, estabilização dos solos e restauro de ecossistemas da serra.
A aquisição deste cartão tem um custo de 10 euros e é feita através do ‘email’ do Estrela Geopark info@geoparkestrela.pt. “Para além de estar a contribuir para a regeneração da paisagem da Estrela, o utilizador deste cartão poderá ainda usufruir de um conjunto de descontos nos mais diversos parceiros deste Geopark”, nomeadamente em hotéis e alojamentos turísticos, restaurantes ou produtos locais, entre outros.
Na página na internet do Estrela Geopark, consultada pela Lusa, a associação acrescenta que o mês de agosto “ficou assinalado na história” da serra da Estrela “pelas marcas que o fogo deixou” naquele território, que integra a rede mundial da UNESCO, a organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.
O Parque Natural da Serra da Estrela é a maior área protegida portuguesa e o incêndio, que lavrou durante 11 dias e se encontra em resolução desde a noite de quarta-feira, terá destruído mais de 25 mil hectares.