Liz Cheney perde primárias republicanas no Wyoming para candidata apoiada por Trump

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Porto Canal / Agências

A congressista Liz Cheney, adversária do ex-Presidente norte-americano Donald Trump, perdeu na terça-feira as primárias republicanas no estado de Wyoming e a possibilidade de ser reeleita nas eleições de novembro.

De acordo com projeções da grande parte dos 'media' norte-americanos, Cheney perdeu no Wyoming para a candidata apoiada por Trump, Harriet Hageman, resultado já antecipado pelas sondagens e pelo histórico eleitoral do estado.

Em Wyoming, um estado com uma população pequena e com uma forte tendência conservadora, Trump venceu as eleições presidenciais de 2020 com o apoio de sete em cada dez cidadãos e uma vantagem de 43 pontos percentuais sobre o democrata Joe Biden.

A congressista, filha de Dick Cheney, antigo vice-presidente de George W. Bush, é a última vítima republicana de Trump, após a maioria dos congressistas conservadores que, como ela, votaram a favor de um julgamento político a Trump após o ataque ao Capitólio em 06 de janeiro de 2021, também terem perdido as suas primárias ou anunciado que iam abandonar a política.

O resultado desta terça-feira mostra que o ex-Presidente, cuja candidatura às eleições presidenciais de 2024 parece provável, continua a ter grande apoio entre a base do Partido Republicano, como já havia sido indicado nas primárias de vários outros estados como Ohio, Pensilvânia, Arizona e Michigan.

Os resultados são ainda um poderoso lembrete da rápida mudança do Partido Republicano à direita. Um partido antes dominado por conservadores voltados para a segurança nacional e para a vertente empresarial, como o próprio Dick Cheney, agora pertence a Trump, animado pelo seu apelo populista e, acima de tudo, pela negação da derrota nas eleições de 2020.

Tal como Trump, Harriet Hageman, uma advogada ligadas ao setor pecuário, afirmou falsamente que a eleição de 2020 foi "manipulada" para seduzir os apoiantes de Trump.

Tais mentiras, que foram firmemente rejeitadas por funcionários eleitorais federais e estaduais, juntamente com o próprio procurador-geral de Trump e juízes que nomeou, transformaram Cheney desde uma crítica ocasional do ex-Presidente até à voz mais racional dentro do Partido Republicano, alertando que o ex-chefe de Estado representa uma ameaça à democracia.

A derrota de Cheney teria sido impensável há apenas dois anos. Contudo, a congressista, no seu terceiro mandato, e os seus aliados, já haviam começado o dia desanimados, cientes de que o apoio que Trump deu a Harriet Hageman lhe daria uma vantagem considerável no estado onde vencera pela maior margem durante a campanha de 2020.

Liz Cheney já olhava para um futuro político além do Congresso, o que poderia incluir uma corrida presidencial em 2024, ambição política que potencialmente a colocaria numa nova rota de colisão com Donald Trump.

Cheney descreveu a sua derrota de terça-feira como o início de um novo capítulo na sua carreira política ao dirigir-se a um pequeno grupo de apoiantes, incluindo o pai.

"O nosso trabalho está longe de terminar", disse a congressista, que passou por censuras dentro do Partido Republicano e foi alvo de ameaças de morte após integrar no painel do Congresso que investiga o papel de Trump no ataque ao Capitólio.

A derrota de Cheney não passou em branco para Donald Trump, que usou a sua rede social - Truth Social - para comemorar os resultados eleitorais.

"Liz Cheney deveria ter vergonha de si mesma, da maneira como agiu e das suas palavras e ações maldosas e hipócritas em relação aos outros", escreveu Trump.

"Agora ela pode finalmente desaparecer nas profundezas do esquecimento político onde, tenho certeza, ela será muito mais feliz do que é agora. Obrigado Wyoming!", acrescentou.

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