Faleceu na Venezuela politólogo luso-descendente indultado por Nicolás Maduro

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Porto Canal / Agências

O politólogo luso-venezuelano Vasco da Costa, que em setembro de 2020 foi indultado pelo Presidente Nicolás Maduro, após ter sido detido três vezes por motivos políticos, faleceu vítima de uma paragem respiratória.

"Estou triste, muito triste. Não há nada que me possam disser que me console, o Vasco faleceu. Isto é duro", disse a irmã do politólogo à Agência Lusa.

Segundo Ana Maria da Costa, o irmão faleceu pelas 20:30 horas de sábado (01:30 de hoje em Lisboa), no Hospital de San José de Las Hermanitas de Los Pobres, em Maiquetía (27 quilómetros a norte de Caracas) onde recuperava de um acidente vascular cerebral registado há uma semana.

Vários políticos da oposição venezuelana reagiram à morte de Vasco da Costa, entre eles Delsa Solano, do partido "Encuentro Ciudadano", que se referiu ao luso-venezuelano, nas redes sociais, como "um lutador pela democracia, prisioneiro político brutalmente torturado pela ditadura em várias oportunidades".

"Vasco partiu sem ver cristalizado o seu sonho de liberdade. Honraremos a tua memória, amigo", escreveu Delsa Solano no Twitter.

O político Freddy Guevara descreveu o luso-venezuelano como "um símbolo de dignidade" sublinhando que "foi vítima das mais terríveis torturas, durante anos de sequestro político".

O historiador Agustín Blanco Muñoz, usou o Twitter para lamentar a morte do "lutador político e social", que deixa "uma pegada eterna de luta e combate".

O ex-preso político Alexander Tirado, do partido Vontade Popular, que esteve na prisão com o luso-venezuelano, expressou a sua admiração por Vasco da Costa e sublinhou, nas redes sociais que "os heróis nunca morrem".

"Herói da liberdade", "guerreiro inquebrantável", "valente que deu tudo pela liberdade da Venezuela" e "grande patriota", foram outras expressões usadas por utilizadores nas redes sociais.

Em 30 de agosto de 2020, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, indultou 110 deputados opositores e presos políticos, entre eles Vasco da Costa, que se encontrava detido desde abril de 2018.

Surpreendido com o indulto, o luso-venezuelano disse na altura, à Lusa, que continuaria "a fazer o que sempre fez, política contra o regime".

Vasco da Costa era porta-voz do Movimento do Nacionalismo Dourado da Venezuela (MND) que "defende a saída de Nicolás Maduro do poder, um governo de reestruturação nacional para voltar a constitucionalidade democrática, eleições e normalidade democrática".

"Vou dedicar-me muito ao Movimento Nacionalista, a formar pessoas, aprimorar a ideologia, aumentar as relações nacionais e internacionais e fazer do MND capaz de tirar o comunismo deste país", disse na altura, à Lusa.

Sobre a saúde precisou que estava "muito comprometida, devido a torturas e maus-tratos", que teve "um cancro num olho", ao qual foi operado", e que sofria de diabetes, hipertensão e cardiopatia.

Filho de um antigo vice-cônsul de Portugal em Caracas, Vasco da Costa, de 63 anos, foi detido em casa, em abril de 2018, por agentes do SEBIN (serviços secretos da Venezuela), acusado de promover a abstenção nas eleições presidenciais de maio de 2018.

Vasco da Costa já tinha estado detido entre julho de 2014 e outubro de 2017. Foi acusado de terrorismo, de estar envolvido em planos para fabricar engenhos explosivos artesanais, durante os protestos ocorridos no primeiro semestre de 2014 contra Maduro.

Segundo a irmã, Ana Maria da Costa, o Ministério Público admitiu que o crime de terrorismo de que Vasco da Costa estava acusado "não existiu".

A irmã denunciou em várias oportunidades, que o luso-venezuelano era vítima de tortura e maus-tratos, enquanto preso, o que motivou apelos a diversos organismos, entre eles ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, à Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet e inclusive ao Governo português.

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