Odinga com vantagem ligeira nos resultados parciais das presidenciais do Quénia
Porto Canal / Agências
Nairobi, 13 ago 2022 (Lusa) - O candidato presidencial Raila Odinga, figura histórica da política do Quénia, está ligeiramente à frente do seu principal rival nas presidenciais, William Ruto, segundo resultados oficiais parciais divulgados quatro dias após as eleições.
Ao início da tarde de hoje, Odinga totalizava 52,54% dos votos (2.288.315 votos), contra 46,76% (2.036.795) para Ruto, em 29,92% das assembleias de voto, revelam resultados oficiais divulgados em Nairobi, onde a comissão eleitoral independente (IEBC) está a recolher, contar e verificar os resultados.
Os resultados definitivos deverão ser anunciados o mais tardar em 16 de agosto, como prevê a lei.
Se nenhum dos candidatos recolher mais de 50% dos votos, o Quénia terá de ir, pela primeira vez, a uma segunda volta das presidenciais.
Quatro dias após 22,1 milhões de quenianos terem sido chamados às urnas, o país espera ainda para conhecer o nome do sucessor de Uhuru Kenyatta, que cumpriu dois mandatos desde 2013 e estava por isso impedido de voltar a concorrer.
A lentidão da contagem dos votos começa a exasperar a opinião pública e o presidente da comissão eleitoral, Wafula Chebukati, reconheceu na sexta-feira os atrasos, que atribuiu aos "agentes eleitorais", observadores da sociedade civil que, segundo disse, questionam em demasia os funcionários da instituição, dificultando o processo.
Com quatro candidatos, a corrida eleitoral resume-se no entanto a um duelo entre dois favoritos: Raila Odinga, de 77 anos, veterano da oposição que recebeu o apoio de Kenyatta na sua quinta candidatura à Presidência; e William Ruto, 55 anos e vice-presidente cessante.
Odinga estava à frente nas sondagens nos dias que antecederam a eleição.
Embora o país seja considerado uma ilha de estabilidade numa região instável, os resultados de todas as presidenciais desde 2002 foram contestados, por vezes com violência.
Em 2007-2008, a contestação dos resultados por Raila Odinga levou a confrontos intercomunitários que fizeram mais de 1.100 mortos e centenas de milhares de deslocados, os piores confrontos pós-eleitorais desde a independência do Quénia em 1963.
Este ano, a IEBC está sob uma pressão acrescida devido à anulação, pelo Supremo Tribunal, das presidenciais de 2017 por "irregularidades", uma decisão inédita em África.
Na terça-feira, os quenianos votaram para escolher o seu Presidente para os próximos cinco anos, mas também os governadores, deputados e senadores às duas câmaras do parlamento e mais de 1.500 funcionários eleitos locais.
Para ganhar à primeira volta, um candidato tem de recolher mais de metade dos votos e pelo menos 25% nos votos em mais de metade dos 47 condados do país.
Se não houver um vencedor imediato, haverá uma segunda volta num prazo de 30 dias.
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