Governo dos EUA apoia negociações para terminar com violência na RDCongo

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Porto Canal / Agências

Os Estados Unidos vão apoiar os esforços do Quénia e Angola para terminar com a violência no leste da República Democrática do Congo (RDCongo) e ajudar a resolver a crise da nação centro-africana com o Ruanda, assegurou esta terça-feira o governo norte-americano.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, esteve esta terça-feira na capital da RDCongo, Kinshasa, na sequência de uma viagem à região com paragem em três países africanos, onde se encontrou com o Presidente, Félix Tshisekedi, entre outras autoridades do governo.

"Queremos que esta violência no leste do Congo termine. Pedimos ao M23 [Movimento 23 de Março] e a todos os outros grupos armados que cessem as suas ações, deponham as suas armas e entrem no quadro do processo de negociação", referiu Blinken.

Na RDCongo há dois dias, o secretário de Estado norte-americano espera encorajar soluções para a violência no leste do país, onde os ataques aumentaram dramaticamente em julho, com o ressurgimento do grupo rebelde M23 e a violência contínua de muitas milícias que disputam o controlo do região rica em minerais.

Mais de 40 pessoas morreram no fim de semana na província de Ituri, em ações de dois outros grupos rebeldes.

"Estamos muito preocupados com relatos confiáveis de que o Ruanda forneceu apoio ao M23. Apelamos a todas as partes da região a interromper qualquer apoio ou cooperação com o M23 ou, neste caso, com qualquer outro grupo armado não estatal", apontou ainda, durante uma conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros congolês, Christophe Lutundula.

Kinshasa acusa o Ruanda de apoiar os rebeldes M23, embora Kigali rejeite as conclusões de um relatório de especialistas das Nações Unidas, onde apresentam "provas sólidas" de que membros das Forças Armadas ruandesas estão a realizar operações no leste da RDCongo em apoio ao grupo rebelde M23.

Já o Ruanda culpa a RDCongo de colaborar com outro grupo rebelde, a FDLR, defendendo que a segurança na região não pode ser alcançada até que esta questão seja abordada.

A Frente Democrática para a Libertação de Ruanda é um grupo armado fundado na RDCongo por ex-dignitários do regime genocida ruandês em fuga.

O M23 é uma ex-rebelião dominada pelos tutsis, derrotada em 2013, que voltou à ação militar no final do ano passado, acusando Kinshasa de não ter respeitado os acordos de desmobilização e reintegração dos seus combatentes.

A violência no leste da RDCongo matou dezenas de pessoas e deslocou dezenas de milhares, agravando a já existente crise humanitária no país.

Antony Blinken estará esta quarta-feira no Ruanda para um encontro com o Presidente, Paul Kagame, e o ministro dos Negócios Estrangeiros.

"Os Estados Unidos estão a fazer todo o possível para apoiar os importantes esforços de mediação liderados por africanos, em particular os processos que estão a ser liderados por Quénia e Angola, para trazer paz, segurança e estabilidade ao leste da RDCongo. Não estamos apenas a acompanhar de perto e com cuidado, estamos envolvidos", salientou.

O Presidente angolano, João Lourenço, recebeu em maio um mandato da União Africana para mediar a crise entre os dois países.

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