Buscas do FBI causam tempestade política e podem acelerar recandidatura de Trump

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Porto Canal / Agências

Horas depois de revelar que o FBI realizou buscas na sua residência em Mar-a-Lago, Florida, Donald Trump publicou um vídeo de campanha na sua rede Truth Social, avivando rumores de que se prepara para anunciar a recandidatura à presidência. 

O vídeo, com a duração de quase quatro minutos, começa a preto e branco com sons de trovoada e a voz do ex-presidente a anunciar que a América é "uma nação em declínio". 

Trump elenca o que diz serem os problemas e falhanços do país e o vídeo passa depois a cores, com uma mensagem de otimismo porque "em breve, teremos grandeza outra vez".

Os rumores de que Donald Trump quer anunciar a recandidatura presidencial às eleições de 2024 circulam há várias semanas e foram reavivados com este vídeo, publicado hoje na sequência de buscas que indiciam uma investigação criminal ao ex-presidente. 

Falando no sábado no fórum conservador CPAC sobre uma possível candidatura em 2024, Trump disse que "talvez seja necessário fazê-lo", apresentando-se como alvo de "perseguição" por parte dos democratas.

"Se eu ficasse em casa, a perseguição a Donald Trump pararia imediatamente, mas não posso fazer isso porque amo meu país e amo as pessoas", disse ele.

"O regresso da América começa em novembro e continuará com o impulso imparável que desenvolveremos em novembro de 2024", disse ainda no discurso de quase duas horas.

Reagindo às buscas ao potencial candidato republicano, o ex-procurador federal Dennis Aftergut defendeu hoje na NBC News que as ações do Departamento de Justiça contra Trump "só vão olear" as suas ambições presidenciais. 

"Trump pode acreditar que uma acusação vai ajudar o seu perfil político, promovendo o duradouro tema de campanha de que ele é um mártir ofendido", considerou Aftergut. 

O ex-procurador também sublinhou que mesmo que Trump seja acusado e condenado de um crime, tal não acontecerá muito antes de novembro de 2024 e isso dar-lhe-á espaço para dizer que irá recorrer do veredicto e pode continuar na corrida. 

O cientista político Jeffrey Cummins disse recentemente à Lusa que a investigação e acusação de um potencial presidente é território desconhecido na história americana. 

"Não é claro o que acontecerá se houver um processo criminal e Trump ganhar as eleições. Nunca tivemos uma situação dessas", afirmou. 

Os acontecimentos em Mar-a-Lago provocaram uma reação inflamada por parte de comentadores conservadores e apoiantes de Donald Trump, alguns dos quais falaram em "guerra" e "guerra civil". Foi o caso do supremacista branco Nicholas J. Fuentes, do website The Gateway Pundit e do comentador Steven Crowder. 

As buscas do FBI, segundo fontes citadas por vários meios de comunicação e confirmadas pelo filho Eric Trump, estão relacionadas com os documentos classificados que Donald Trump retirou da Casa Branca e levou para a sua residência em Mar-a-Lago sem autorização, o que constitui um crime. 

A secção 18/2071 do código penal norte-americano proíbe a ocultação, remoção, mutilação, obliteração ou destruição de documentos que são propriedade do governo dos Estados Unidos. A pena pode ir de uma multa a três anos de prisão e, se condenado, o acusado deixa de poder exercer cargos oficiais. 

Em janeiro, o Arquivo Nacional descobriu que Trump tinha levado para casa 15 caixas de documentos, incluindo itens com informação classificada de segurança nacional, e informou o Congresso desse facto. 

O mandado de busca do FBI teria de ter sido autorizado pela cúpula do Departamento de Justiça e assinado por um juiz federal, na presença de fortes indícios de que um crime estaria a ser cometido. 

Com a possível recandidatura de Trump à presidência a pairar, o Departamento de Justiça liderado por Merrick Garland está a ser acusado por Trump e pelo partido republicano de politizar a justiça e usá-la como arma contra adversários políticos. 

O líder minoritário da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, prometeu investigar Garland e o Departamento se os republicanos retomarem o controlo nas eleições intercalares de novembro, tal como se prevê de acordo com as sondagens. 

Mas o ex-procurador federal Brian Jacobs disse à rádio NPR que o calendário político não pode suspender ou acelerar investigações criminais.

"Penso que os procuradores no Departamento de Justiça sabem que não pode selecionar o momento das etapas investigativas ou acusações criminais com o propósito de influenciar qualquer eleição".

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