Ucrânia: Entrada de ucranianos na UE já está abaixo do pré-covid

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Porto Canal / Agências

Bruxelas, 03 ago 2022 (Lusa) -- O número de ucranianos que entra na União Europeia (UE) em fuga da guerra está já abaixo do período pré-pandemia, registando-se até 40 mil passagens diárias nas fronteiras comunitárias, já com regressos ao país, segundo a Comissão Europeia.

A informação é avançada pela comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson, que em entrevista à Lusa e outras agências internacionais, em Bruxelas, afirma que "o número de pessoas que atravessam diariamente a fronteira da UE para a Ucrânia situa-se entre 35 a 40 mil por dia".

"O que vemos neste momento é que o número de pessoas que atravessam a fronteira da Ucrânia para a UE e da UE para a Ucrânia é mais ou menos o mesmo e os números estão de volta a um nível que, na realidade, é mais baixo do que antes da pandemia", explica a responsável europeia pela tutela, falando depois de uma viagem à Ucrânia.

Assim, "não vemos muitas pessoas a fugir neste momento, mas vemos algumas pessoas em deslocações circulares e isso é um comportamento normal e que já havia antes da guerra, de pessoas que vivem nas zonas fronteiriças", precisa Ylva Johansson.

"Os ucranianos querem regressar à normalidade tanto quanto possível -- não é possível em todas as áreas, mas hoje em dia é possível em parte da Ucrânia -- e as pessoas estão a regressar aos seus empregos na Ucrânia, pelo que, neste momento, não vemos muita gente a chegar" à UE, acrescenta.

Depois de a UE ter decidido ativar pela primeira vez, em março passado, a proteção temporária devido ao afluxo em massa de ucranianos que fogem da guerra, a comissária europeia indica que, de momento, existem 3,9 milhões de ucranianos registados no âmbito desta medida em países comunitários.

"Não sabemos exatamente quantas pessoas decidiram realmente regressar, [já que] pode haver uma parte destes 3,9 milhões a beneficiar da proteção temporária na UE, que estão agora na Ucrânia porque regressaram pelo menos durante algum tempo e depois não sabem se podem ficar permanentemente ou não porque o país ainda está em guerra", aponta Ylva Johansson.

A responsável adianta, nesta entrevista com agências internacionais, que são necessárias "melhores estatísticas daqueles que beneficiam de proteção temporária e que neste momento não estão a permanecer na UE", razão pela qual irá abordar este assunto, na quinta-feira, na reunião da plataforma de solidariedade com a Ucrânia, ocasião na qual os Estados-membros trocam informações práticas referentes à chegada de milhões de pessoas aos países europeus.

"Claro que [os ucranianos] são bem-vindos de volta à UE se as coisas piorarem e este vai ser o tema da reunião temporária da plataforma de solidariedade que terá lugar amanhã [quinta-feira]", conclui Ylva Johansson.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 17 milhões de pessoas de suas casas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de dez milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

A ONU confirmou que 5.327 civis morreram e 7.257 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 160.º dia, sublinhando que os números reais deverão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

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