Despacho da ENDESA criticado por PSD e IL
Porto Canal
Na passada quarta-feira, o primeiro-ministro determinou que os serviços do Estado não podem pagar faturas da ENDESA sem validação prévia pelo secretário de Estado do Ambiente e da Energia, depois de o presidente da empresa ter admitido aumentos de 40% na eletricidade. Depois disso já foram várias as reações dos partidos da oposição.
À direita, as forças políticas contestaram o despacho por interferir nas regras do mercado, À esquerda, os partidos aplaudiram a decisão e pediram que o Governo promova mais vigilância,
Sendo assim, o PSD anunciou que vai recorrer à Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos. Querem, com urgência, uma "análise séria e robusta" ao que classificam de "inaceitévale" intromissão do Governo nas regras do mercado.
Em reação, Miguel Pinto Luz, do PSD, referiu que todos devem saber qual é a verdade sobre "este mecanismo-travão, totalmente opaco e muito complexo, de modo a que se projetam os consumidores".
Já João Cotrim Figueiredo, líder da Iniciativa Liberal, esta situação é grave porque significa que o PS representa "propaganda e prepotência". "Este mecanismo permite preços mas baixos da eletrecidade em relação aos preços europeus no momento, mas vai originar preços mais altos do que a Europa no futuro", afirmou o líder da Iniciativa Liberal.
Também André Ventura mencionou que o despacho do Primeiro-Ministro constitui “uma atitude abusiva” e uma “uma ameaça” a uma empresa privada. Por isso, o Chega vai propor a audição no parlamento da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, da Endesa e do secretário de Estado da Energia.
Pelo contrário, o Bloco de Esquerda saudou a decisão, pedindo mais vigilância e atuação do Governo para evitar abusos à boleia da inflação. Para o líder parlamentar do bloco, o que o Governo decidiu fazer foi olhar para a formação dos preços de eletricidade de uma empresa e garantir que não há abusos, o que entende ser totalmente legítimo.
Também o PCP enalteceu a iniciativa do Executivo, dizendo ser inaceitável a existência de qualquer aumento da eletricidade, pelo que o Governo, segundo os comunistas, deve tomar todas as medidas que o impeçam.