Biden recebe elogios e também críticas pela morte do líder da Al-Qaida no Afeganistão

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Porto Canal / Agências

O presidente norte-americano Joe Biden está a ser elogiado pelo ataque de 'drone' que matou o líder da Al-Qaida, Ayman al-Zawahiri, mas também criticado pelo facto de o terrorista ter sido encontrado no Afeganistão. 

A morte de um dos terroristas mais procurados pelos Estados Unidos, que ajudou a planear os ataques do 11 de setembro, aconteceu pouco antes de ser completado um ano desde a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão. A operação foi considerada desastrosa e levou ao regresso dos talibãs ao poder.

"Esta é uma grande conquista do presidente Biden para levar à justiça um dos terroristas mais procurados do mundo, que ajudou a orquestrar o assassinato a sangue frio de milhares de nova-iorquinos no 11 de setembro", disse o líder maioritário do Senado, Chuck Schumer, em comunicado. 

Também a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, teceu elogios ao presidente "pela sua forte liderança" antes de embarcar na viagem a Taiwan, onde está neste momento. 

O líder republicano do Senado, Mitch McConnell, aplaudiu a ordem de Biden e disse que o mundo é agora "um lugar melhor e mais seguro". No entanto, apontou para a necessidade de criar um plano de segurança para o Afeganistão, visto que Ayman al-Zawahiri estava a viver numa casa na baixa de Cabul.

"Se o presidente tivesse ouvido os seus conselheiros militares no ano passado, talvez Zawahiri nunca tivesse estado em Cabul este ano", escreveu Marc Thiessen, 'fellow' do think-thank American Enterprise Institute no Washington Post. "Matar Zawahiri é o maior triunfo de Biden em política externa. O facto de que o líder da Al-Qaida estava em Cabul é a maior desgraça na política externa de Biden". 

Já o 'fellow' do Cato Institute John Mueller considerou que a morte de Zawahiri foi "pouco mais do que uma vitória simbólica", afirmando que as conquistas da Al-Qaida desde o 11 de setembro foram escassas. 

Para o especialista em segurança nacional da rádio NPR, Greg Myre, o ataque via drone aponta para uma nova abordagem dos Estados Unidos nesta fase, quase um ano depois da saída do Afeganistão e com a Rússia e a China a dominarem as preocupações da Casa Branca. 

O ex-presidente Barack Obama salientou que o sucesso do ataque mostra que é possível "erradicar o terrorismo sem estar em guerra no Afeganistão". 

Mas o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, disse à CBS que o facto de Zawahiri ter sido encontrado em Cabul levanta dúvidas sobre o papel dos talibãs e a possível violação do acordo de Doha, assinado em 2020 com os Estados Unidos (então liderados por Donald Trump). 

O secretário de Estado Anthony Blinken foi mais longe e caracterizou a ação dos talibãs como "violação grosseira" do acordo, ao permitirem que Zawahiri vivesse no centro de Cabul. 

Em comunicado, a organização 9/11 Families United mostrou-se agradecida pela ação dos Estados Unidos mas apelou a que os responsáveis sauditas que financiaram o ataque em Nova Iorque sejam responsabilizados. 

"Os financiadores não estão a ser alvo de drones, estão a ser cumprimentados com toque de punhos e recebidos em clubes de golfe", afirmou Terry Strada, em comunicado da organização. "Se vamos ser sérios sobre responsabilização, temos de responsabilizar toda a gente". 

Strada referia-se ao encontro entre Joe Biden e o príncipe da coroa saudita Mohammed bin Salman, a 15 de julho, e a uma paragem do torneio de golfe LIV, apoiado pelos sauditas, que decorreu no Trump National Golf Club na semana passada. 

O relatório "Encore" do FBI, que Biden desclassificou em 2021, detalha as ligações entre os terroristas que fizeram os ataques do 11 de setembro e cidadãos sauditas que viviam nos Estados Unidos, incluindo o encontro entre um funcionário do governo saudita e um dos atacantes.

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