Pinto da Costa e a Supertaça em Aveiro: "Num país estupidamente centralizado, é motivo de satisfação"

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Porto Canal

No próximo sábado, disputa-se o primeiro troféu da época 2022/23. O Campeão Nacional e vencedor da Taça de Portugal, Futebol Clube do Porto, defronta o Tondela, no Estádio Municipal de Aveiro. Em declarações no lançamento da partida, o presidente dos azuis e brancos realçou a importância desta “final democrática” se realizar entre uma equipa do Norte e outra do Centro, “num país estupidamente centralizado”.

O FC Porto é ‘super favorito’ a bater no próximo sábado o despromovido Tondela e arrebatar mais uma Supertaça Cândido de Oliveira para as vitrines do Dragão, na abertura da época futebolística nacional 2022/23.

No Estádio Municipal de Aveiro, que recebe a prova pela 12.ª vez nas últimas 14 edições (só ‘falhou’ os embates entre Benfica e Sporting de 2015 e 2019), os Dragões estão assim em boa posição para conquistar o 23.º ‘caneco’, na sua prova de eleição, apesar de algumas baixas no plantel.

Na visão de Jorge Nuno Pinto da Costa, esta é uma “final democrática”. “Num país estupidamente centralizado”, na opinião do líder portista, FC Porto e Tondela representam o Norte e centro de Portugal numa das atividades que mais prestígio dá à nação. “É um raro motivo de satisfação verificar que um importante título de futebol vai ser discutido em Aveiro entre uma equipa do Norte e outra do Centro”.

Neste sentido, é motivo de orgulho para o dirigente ver duas equipas que lutam contra o centralismo existente em Portugal estarem nos grandes palcos do Desporto-Rei em Portugal, atendendo à sua importância em termos económicos e sociais.

“São várias as razões que fazem do futebol uma atividade muito importante para a economia e a sociedade portuguesas. Goste-se ou não, é o futebol que mais contribui para levar o nome do país a todo o mundo. Goste-se ou não, salvo muito raras exceções, são figuras do futebol os portugueses mais reconhecidos. Goste-se ou não, é o futebol que permite aos políticos, muitas vezes, aparecerem publicamente a associarem-se a sucessos para os quais não contribuíram, mas que tentam capitalizar em popularidade”, defendeu o líder dos Dragões.

Ainda assim, Pinto da Costa critica o aproveitamento político daqueles que se associam a sucessos desportivos para os quais não contribuíram, e volta a reiterar a excessiva carga fiscal sobre o futebol.

“Goste-se ou não, o futebol, asfixiado em impostos, representa uma atrativa fonte de receitas para o Estado. Goste-se ou não – e há cada vez mais gente que não gosta, não tenho dúvidas –, é o futebol que muitas vezes está na linha da frente das lutas contra muitas injustiças, nomeadamente as que provocam desequilíbrios insustentáveis entre os diferentes territórios do país”, palavras do presidente portista em entrevista ao programa oficial do jogo, divulgado pela Federação Portuguesa de Futebol.

Assim, Jorge Nuno Pinto da Costa olha para esta final como um exemplo de democracia e de felicidade para milhares de pessoas de várias regiões cronicamente esquecidas no mapa.

“Um FC Porto-Tondela disputado em Aveiro é mais uma prova de como o futebol pode estar à frente e dar um exemplo de democracia num país em que esta ainda não se cumpre plenamente. Ao contrário do que muitos gostariam, a democracia não se esgota nas eleições. Portugal só será plenamente democrático quando houver igualdade de oportunidades para todos os cidadãos em todo o país. Tenho a certeza de que esta Supertaça vai contribuir para a felicidade de muita gente de muitos sítios cronicamente esquecidos”, salientou Pinto da Costa.

O líder dos campeões nacionais afirmou ainda ter a expectativa de que, além do pequeno contributo para atenuar “injustiças flagrantes”, o jogo possa ser um excelente espetáculo dentro das quatro linhas, manifestando otimismo numa vitória da equipa de Sérgio Conceição, que detém a hegemonia da competição.

 

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